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Gestoras de recursos entram na dança da tokenização
Apesar das turbulências que atingem o mercado cripto, assets permanecem confiantes e estruturam novos produtos
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Algumas gestoras já estão sendo criadas com o propósito específico de lançar operações tokenizadas | Imagem: Freepik

Não é de hoje que os criptoativos vêm deixando de ser um investimento de nicho, passando a ganhar apelo entre investidores acostumados com aplicações mais tradicionais. Hoje, corretoras de grandes bancos, fintechs e até os aplicativos de pagamento de empresas não financeiras dão aos seus clientes a chance de começar no segmento de ativos digitais com aportes mínimos. Mesmo sendo um universo de complexidade acima do normal e ainda incompreensível para muita gente, operações com criptomoedas e tokens viraram assunto em mesa de bar e manchetes de jornal de bairro, mesmo que nem sempre por bons motivos. 


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O ano de 2022 está sendo conturbado para a reputação do segmento, sobretudo na parte de criptomoedas. Uma das maiores corretoras do segmento no mundo, a FTX, entrou recentemente com pedido de recuperação judicial na justiça americana. Alavancada em operação questionável, a empresa foi alvo de rumores sobre risco de insolvência, fazendo com que milhares de clientes decidissem retirar recursos que possuíam na corretora. Sem liquidez para cobrir os saques, a FTX acabou quebrando e o episódio impactou todo o mercado cripto de forma negativa. 

O assunto virou capa da mais recente edição da revista The Economist. “Será esse o fim das criptos?”, indaga o título do artigo sobre o “golpe catastrófico” que o colapso da FTX deu na reputação e aspirações do segmento.  

Voto de confiança 

Apesar da turbulência que atinge o mercado cripto, os esforços para popularizá-lo continuam e não dão sinais de arrefecimento, ao menos por enquanto. As gestoras de recursos entraram na dança, com produtos tokenizados que se assemelham a fundos de investimento tradicionais. A Galápagos, que possui 12 bilhões de reais sob gestão, criou uma unidade de negócios própria para ativos digitais, com o objetivo de emplacar ofertas no varejo. Ainda este ano, a gestora espera movimentar até 10 milhões de reais com operações de tokenização.  

No mês passado, a Galápagos captou 500 mil reais com a oferta de 20 mil tokens de recebíveis de serviços prestados, ativo que é considerado um valor mobiliário pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A operação foi realizada na plataforma da tokenizadora Liqi, que pode ser acessada pelo público geral, e contou com a participação de 81 investidores. Em julho deste ano, a asset digital do Itaú fez uma oferta parecida, com tokens lastreados em recebíveis, que movimentou 360 mil reais.  

Algumas gestoras já estão sendo criadas com o propósito específico de lançar operações tokenizadas. A Kodo Assets, por exemplo, chegou ao mercado no início do ano para atuar na digitalização do segmento de real state. Em novembro, a asset vai fazer uma operação lastreada em uma laje de escritório na avenida Faria Lima, a meca do mercado financeiro paulistano.  

A operação é vista como um dos primeiros movimentos de tokenização de fundos de investimento imobiliários (FIIs). Serão ofertados 25 mil tokens, a 140 dólares cada. A distribuição será feita exclusivamente no exterior e tem como público-alvo investidores acostumados com esse tipo de aplicação. A Kodo tem sede nas Bahamas, onde ativos financeiros no formato digital são regulamentados, ao contrário do Brasil.  

Nos Estados Unidos, a Arch, asset de criptomoedas e ativos digitais, se especializou em lançar versões tokenizadas de ETFs, fundos de gestão passiva que replicam índices de mercado. A fintech almeja se tornar a BlackRock da blockchain e já lançou 16 índices até o momento. Recentemente, a empresa recebeu um aporte de 5 milhões de dólares. Parte desses recursos veio da brasileira Upload Ventures, gestora especializada em investimentos early stage.  

Regulamentação necessária 

A tokenização é vista como uma forma descomplicada e mais barata para o investidor pessoa física acessar os ativos digitais. Mas, por ser um mercado descentralizado, a falta de uma regulamentação ainda afasta os perfis mais conservadores. Atenta a esse cenário, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) propôs recentemente que os fundos que investem em criptoativos passem a reportar aos cotistas os diferentes riscos envolvidos nesse tipo de aplicação. A ideia é que esse tipo de informação seja incluída nos regulamentos e outros documentos das carteiras administradas. 

Essa é a primeira vez que a Anbima lança regras de autorregulação voltadas ao setor cripto, que ainda carece de normas mais específicas. Atualmente, tramita no Congresso um projeto de lei que cria um marco legal para o segmento de criptomoedas no Brasil, mas ainda não se sabe quando ele será sancionado. Enquanto isso, o funcionamento desse mercado se apoia no parecer de orientação 40 da CVM, divulgado em outubro deste ano. Diante dos desafios constantes enfrentados pelos ativos digitais, a definição de normas se mostra fundamental para que esse ecossistema siga crescendo.  

 

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