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O sonho das DeFis ainda está por vir
Ideário de um sistema financeiro menos oligárquico, as plataformas de finanças descentralizadas oferecem riscos grandes — e pouco claros — para o investidor
  • Redação Capital Aberto
  • maio 13, 2022
  • Reportagens, Inovação e Tecnologia
  • . criptomoedas, DeFi
Criadas sobre sistemas de blockchain, as DeFis oferecem espaço para que indivíduos façam transações financeiras entre si (peer-to-peer). Imagem: Freepik

Se ficar rico com criptomoeda ainda significa para você apenas comprar barato e vender caro, preste atenção: as plataformas de finanças descentralizadas vão muito além dessa ideia. Com elas já é possível, com pouca burocracia e promessas de retorno estonteantes, fazer mais dinheiro com o dinheiro que já se tem, a exemplo do que acontece no mundo financeiro tradicional quando investimos num título soberano ou aplicamos na caderneta de poupança. Iniciados em 2015 e catapultados durante a pandemia, os ambientes de negociação conhecidos pela sigla que deriva de Decentralized Finance movimentavam globalmente 140 milhões de dólares no fim de 2017 e hoje reúnem um total de 67,4 bilhões de dólares em recursos depositados. Seu ideário é um mundo em que os cidadãos comuns, em vez de assistirem passivamente aos grandes bancos — e mais uma penca de outros intermediadores — ganharem dinheiro às custas da sua poupança, partem para a linha de frente e cuidam eles mesmos de botar o seu dinheiro para render. A parte chata da história é que brincar de ser banco não é simples — e muito menos seguro. As DeFis ainda oferecem inúmeros riscos aos que se aventuram a desbravá-las. E alguns são pouco transparentes.


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O que são as DeFis, afinal?

Para compreender os riscos, vale um passo atrás para explicar o funcionamento dessas plataformas. Criadas sobre sistemas de blockchain — um tipo engenhoso de banco de dados público que preserva o registro das transações realizadas e impede que elas sejam modificadas —, as DeFis oferecem espaço para que indivíduos façam transações financeiras entre si (peer-to-peer). As possibilidades de negócio oferecidas pelos sites ou aplicativos de DeFi são variadas, com opções para diferentes apetites a risco. O serviço é oferecido pelas chamadas corretoras descentralizadas (Decentralized Exchanges – DEX), entre as quais figuram nomes como Uniswap, Aave, Compound e MakerDAO. Como se trata de um universo paralelo ao das instituições financeiras, as operações são sempre feitas utilizando-se moedas digitais, que podem ser tanto as lançadas por cada DEX (os chamados tokens nativos) como outras mais populares no ambiente cripto (bitcoins, ether, ripple, etc.)

As opções de investimento disponíveis nos aplicativos de DeFi ainda são de entendimento complexo para um poupador leigo. Uma das transações mais comuns são os empréstimos. De um lado, alguém deposita criptos na plataforma que, por meio de contratos inteligentes previamente formatados, são emprestadas para um tomador que paga os respectivos juros e, do seu lado, oferece moedas digitais como garantia. Algo semelhante ao que, no mundo real, seria aplicar no CDB de uma instituição financeira e fazer o dinheiro render “emprestando-o” para o banco.

Outra possibilidade é tornar-se um promotor de liquidez da plataforma, a exemplo de um market maker. Como não há livros de ordens para unir as pontas de uma transação e nem uma contraparte central para garantir a liquidação, os próprios participantes da plataforma criam “piscinas de liquidez” disponibilizando seus ativos para venda ou compra. As posições em moedas do “market maker” ficam bloqueadas e prontas para serem liquidadas automaticamente a qualquer momento — e ele recebe uma comissão por isso. Para aqueles que alocam porções maiores de ativos na empreitada, há ainda uma remuneração extra, que se dá por tokens adicionais, concedidos com a promessa de rentabilidades mais atraentes. Há ainda o formato de “staking”, em que aplicadores que aportam recursos em grandes volumes de tokens da plataforma ganham status semelhante ao de um sócio, com direito a participar dos processos de validação da blockchain e obter uma fração dos rendimentos, além de um certo número de votos em decisões da empresa.

Ilusão monetária

Nesta espécie de second life do mercado financeiro, empréstimos são contraídos com brevidade pelo tomador, sem os calhamaços de informação e os longos processos de verificação comuns nos bancos tradicionais. Os contratos inteligentes fazem a maior parte do processo de revisão, e a blockchain registra cada passo de forma inviolável. Para o credor, as taxas são muito mais atrativas, com retornos que podem chegar a 100% ao ano e, nas jogadas mais arriscadas, a três vezes esse feito. As compensações, porém, não acontecem em dinheiro vivo, mas sim em moedas digitais, cuja volatilidade de preço é brutal. A estrutura de market makers, por exemplo, é uma das responsáveis por essa volatilidade. As liquidações de posição forçadas pelo algoritmo matemático que ativa as contrapartes podem fazer virar pó o valor de uma cripto — e arruinar com o suposto retorno fabuloso do investidor.

A inflação também pode corroer parte dos retornos aparentemente vantajosos, sem que isso fique evidente. Como as recompensas financeiras se dão na maior parte dos casos pela emissão de novas moedas nativas da plataforma, o mecanismo gera inflação. “O investidor acha que está levando um retorno de 70% ao ano, por exemplo, mas na verdade ele está apenas deixando de ser diluído”, explica Carlos Eduardo Gomes, head de research da gestora de recursos especializada em criptos Hashdex, que participou do debate “Os riscos das plataformas DeFi”, promovido pela Conexão Capital na semana passada. “Pessoas acham que ganham, mas, na verdade, há uma ilusão monetária. Quando você vai resgatar, percebe que não tem valor”, observa Isac Costa, advogado do escritório Warde Advogados.

Para Bernardo Sur, diretor da ABCripto, a solução passa por transparência e compliance. É preciso deixar cada vez mais claro como os retornos acontecem e o que pode dar errado. Além disso, a regulação e a supervisão são inevitáveis. Neste sentido, o projeto de lei (PL) 3.825/2019 aprovado pelo Senado Federal no último 26 de abril, que regulamenta as transações com criptomoedas no Brasil, é muito bem-vindo, na visão de Sur. De autoria do senador Flavio Arns (Podemos-PR), o projeto visa combater os crimes com criptos e cria instrumentos de proteção aos investidores. Para Sur, o PL acerta ao propor inicialmente uma abordagem principiológica. “Aos poucos construiremos as regras específicas”, defende. Gomes, da Hashdex, também elogia o projeto. Seu predicado, na sua opinião, está em regular as pessoas que fazem parte do sistema, buscando impedir a participação de condutas fraudulentas. “A fronteira é o ponto principal da regulamentação, muito mais do que a tecnologia em si.”

Perder dinheiro, sim. Quebrar, não

Os riscos e a complexidade das DeFis ainda assustam, mas é preciso reconhecer seu aspecto revolucionário. Com a blockchain é possível mensurar com precisão os valores e as transações de uma lavagem de dinheiro, por exemplo, o que não acontece no ambiente tradicional. O processo de liquidação automática, ao mesmo tempo em que acirra a volatilidade, promove a desintermediação de serviços em várias camadas. A estrutura atual das transações ocorridas nas DeFis está majoritariamente apoiada na oferta de garantias com criptos — ativos que detêm preço e, portanto, liquidez. “O problema de solvência não é necessariamente um problema de liquidez. Ou seja, muita gente pode perder dinheiro, mas o sistema não quebra”, afirma Gomes.

O mundo das criptos sonha alto. Para além das DeFis, a estrutura de blockchain, as moedas digitais e o que mais a tecnologia será capaz de ofertar configuram a grande ruptura com o sistema atual, carregado de processos demorados que a tecnologia faz bem em simplificar. Na visão desses sonhadores, não há dúvidas: ainda será possível usar essas plataformas para enviar dinheiro a alguém que está do outro lado do mundo em apenas um clique e com segurança. Ou para se fazer a oferta inicial de ações de uma companhia — ou a distribuição de cotas de um fundo — em várias geografias percorrendo poucas etapas. No início dos anos 2000, era pequeno o grupo de visionários que percebia como a internet mudaria a vida no planeta dali em diante — e talvez olhar para as DeFis a partir de 2022 seja um repeteco dessa história. A experiência humana das últimas décadas indica que é melhor não subestimar o alcance da tecnologia. Para o bem ou para o mal, ela vai transformar o mundo como o conhecemos.

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