
Você e muitos dos seus colegas de trabalho com certeza já consomem produtos da nova economia, de carro híbrido a bancos digitais e marcas conectadas a soluções socioambientais. A “economia do futuro”, moderna e cool, traz soluções para problemas comuns a muita gente e já está nas conversas mais cotidianas. Mas você sabe como ela tem chegado às decisões de investimento?
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A resposta padrão é que boa parte da economia do futuro é financiada através de fundos de venture capital e vem em forma de novas startups. Entretanto, essa é uma visão limitada, que distancia as pessoas da indústria de capitais. Investidores querem contribuir com o dia a dia da sociedade, e os veículos de investimento são ferramentas para isso. Mas a ‘economia do futuro’, que fomenta agropecuária sustentável, transição energética e tecnologia para ampliação do saneamento básico, ainda não está considerada nos fatores de análise de boa parte dos produtos de investimento.
Isso precisa mudar.
Inovação que agrega valor
O Brasil tem cerca de 200 milhões de habitantes. Ainda que, segundo a Anbima, apenas 36% sejam investidores, são 60 milhões de indivíduos com valores, realidades e vontades — e isso inclui pessoas como você e seus colegas da indústria de investimento.
Em paralelo, há a lista global de desafios socioambientais que a Organização das Nações Unidas (ONU) didaticamente transformou nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A lista guia pessoas e empresas no entendimento sobre suas causas e sobre os objetivos com os quais querem contribuir.
Nesse contexto, gestores de investimento que querem ser relevantes no médio prazo vão precisar inovar nos processos e trazer para a análise das empresas e gestão da carteira fatores que olhem como o ativo se relaciona aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Há receita e estratégia de negócios vinculadas aos ODS ou só compromissos que não se convertem em benefícios na prática? Vale reforçar a inovação aqui porque os 17 ODS são relativamente recentes e ainda não foram amplamente transformados em fatores de análise e monitoramento do portfólio. Falta a indústria se sentar para aprimorar suas metodologias.
Como pertencem a uma agenda global, os ODS têm atraído cada vez mais fluxo de dinheiro e estimulado a valorização financeira de soluções a eles alinhadas — e claro, sustentadas por bons modelos de negócios. Outra adição de valor está relacionada à percepção que o investidor tem sobre sua contribuição para o desenvolvimento sustentável da sociedade.
Para diferentes soluções, classes de ativo distintas
São muitos problemas a serem resolvidos, investidores interessados em contribuir e empresas criando soluções e estratégias que precisam ser financiadas. Cabe à indústria de gestão entender seu papel de integrar esses pontos para, assim, impulsionar o desenvolvimento sustentável através da contribuição e da participação dos investidores.
Essa participação só ganha tração e a importância que merece, entretanto, se houver na indústria uma diversidade de produtos desenhados para resolver diferentes problemas, estruturados com classes de ativo distintas e voltados aos mais variados tipos de investidores.
Nossa tarefa, como profissionais de investimento, é reconhecer que alguns problemas só serão resolvidos através de produtos estruturados por equipes especializadas em alocação e gestão de capital paciente (com baixa liquidez) e por uma regulação disponível a investidores profissionais. Já outros podem ser solucionados através de investimentos mais líquidos, geridos por equipes especializadas em varejo. O objetivo é que, um dia, todo o dinheiro direcionado a investimentos busque impacto positivo.
É tarefa nossa compreender o mercado, os setores e as estruturas financeiras para, a partir daí, criar soluções eficazes, rentáveis e transparentes para que investidores possam investir no mundo que eles querem ter. É preciso oferecer-lhes clareza sobre como o seu dinheiro impacta as pessoas e o planeta.
*Daniel Izzo é parceiro e co-fundador da gestora de investimento de impacto Vox Capital.
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