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Treasuries de 10 anos sobem com PIB menor nos EUA
Mais cedo, os dados apontaram um crescimento de 1,6% da economia americana no primeiro trimestre e uma inflação difícil de ceder
Treasuries, Treasuries de 10 anos sobem com PIB menor nos EUA, Capital Aberto

Os rendimentos de Treasuries de 10 anos nos Estados Unidos, referência no mercado mundial, subiram nesta quinta-feira (25) após o Produto Interno Bruto (PIB) da maior economia do mundo apontar um crescimento de 1,6% no primeiro trimestre do ano, menor que os 2,5% esperados pelo mercado. Internamente, os juros futuros também disparam, na esteira dos dados americanos.

Os títulos de 10 anos tiveram variação positiva, com rendimento de 4,70%, com o mercado reprecificando a curva de juros. Por aqui, os juros futuros para janeiro de 2027 e janeiro 2029 subiram para 10,95% e 11,435%, respectivamente.


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No mercado de ações, as Bolsas ao redor do mundo operaram cautelosas. O Ibovespa fechou em queda de 0,21%, aos 124.480 pontos, enquanto o S&P caiu 0,46%, aos 5.048 pontos, e o Nasdaq Composite teve queda de 0,64%, a 15.611 pontos. 

Segundo o estrategista-chefe do Investing.com, Thomas Monteiro, o PIB americano do primeiro trimestre é um choque de realidade para aqueles que já contavam com a narrativa do soft-landing como algo certo. “Dado o esperado desaceleramento adicional no 2º trimestre devido às taxas de juros persistentemente altas, é provável que a economia dos EUA apresente crescimento atenuado ou insignificante durante o período”.

Para Monteiro, embora isso leve a um retorno para a narrativa de corte de juros precoce do Federal Reserve (banco central americano), também desperta preocupações sobre um período de estagflação – nossa principal preocupação neste momento.

Além da surpresa negativa com o PIB, o índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) cresceu 3,4% no primeiro trimestre, frente ao 1,8% registrado no trimestre anterior.

Na visão de Rodrigo Cohen, analista CNPI e embaixador da XP Investimentos, na hora da divulgação do crescimento da economia dos EUA a Bolsa teve um forte impulso para cima, mas, logo depois, o mercado olhou com calma e viu também que o índice de preço do PIB veio bem acima do esperado, mostrando, de certa forma, uma inflação ainda alta. 

“Não é a principal medida de inflação, pois teremos uma maior noção dos dados amanhã com o PCE. Então, temos dados divergentes. Mas depois tivemos ainda os dados de pedidos semanais de auxílio-desemprego registrando uma queda, totalmente fora do esperado, mostrando ainda o mercado muito aquecido por lá, o que preocupa ainda mais os investidores”, afirma Cohen.

Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, comenta que o dado medido pelo deflator implícito do PIB veio muito forte, com 3,1% do índice de preços das compras internas brutas, uma indicação de inflação importante, enquanto o core PCE, núcleo do deflator ligado ao consumo (excluindo os preços dos alimentos e da energia), veio em 3,7%.

“Muito muito alto, voltando para máxima de vários meses, indicando inflação no interior do PIB americano, até uma indicação de estagnação com inflação. Um PIB mais fraco, uma economia patinando, devagar, com preços em alta, e uma alta importante. Foi uma surpresa para o mercado, que esperava menos inflação e mais PIB, veio menos PIB e mais inflação”, comenta o economista-chefe do Banco Master. 

Qual a percepção da economia americana

De maneira geral, a visão para a economia dos EUA permanece sólida, de acordo com relatório do Bank of America. “Tendemos a focar nas vendas finais aos compradores nacionais (PIB menos comércio e estoques), que cresceram sólidos 2,8% (em comparação com 3,5% no 2º semestre de 2023). O resultado é que a economia moderou um pouco no primeiro trimestre, mas permanece sólida em geral”, explicam os economistas Michael Gapen e Aditya Bhave.

O banco reitera que a maior surpresa na divulgação do PIB veio dos dados de inflação do PCE, cuja alta parece ter vindo dos serviços. O BofA observa que os dados de inflação incorporam não apenas os números de março, mas também as revisões de janeiro e fevereiro. “É importante saber se a surpresa positiva ocorreu em março ou foi uma função de revisões”, diz o relatório.

Por isso, o BofA acredita que os dados de inflação de janeiro e fevereiro poderão sofrer revisões de alta e aguarda os dados oficiais do PCE de amanhã para obter detalhes. “Independentemente da trajetória mensal, porém, a divulgação da inflação de hoje foi inequivocamente uma má notícia para o Fed”.

Com isso, a estratégia do mercado tende a mudar. Aline Rosa, especialista em mercado de capitais e sócia da Matriz Capital, aponta que o Fed tem uma decisão difícil pela frente. Caso haja uma recessão iminente, as expectativas para as taxas de juros de longo prazo, como os Fed Funds de 5 e 10 anos, podem ser ajustadas para baixo, em sua visão.

“Títulos do governo e ações de empresas sensíveis às taxas de juros podem necessitar de uma avaliação cuidadosa e, potencialmente, de um reequilíbrio dos portfólios. Neste momento, é crucial manter um olho atento nos dados econômicos e nas ações do Fed”, ressalta Rosa.

Desta forma, as atenções do mercado se voltam para os dados do PCE a serem divulgados nesta sexta-feira (26) e as falas de Jerome Powell, presidente do Fed, após a próxima reunião de política monetária do Fed, marcada para quarta-feira (1°).


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