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O que esperar da economia global em 2023
Previsão de desaceleração no crescimento das empresas e possível recessão tornam o cenário nublado para este ano
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Há o temor de que os próximos meses sejam marcados por uma recessão autoinfligida pelos bancos centrais | Imagem: Freepik

Não é de se estranhar que o mercado financeiro nos Estados Unidos tenha um tido um 2022 tão ruim. As bolsas em Wall Street registraram, no período, seu pior desempenho desde 2008, ano em que estourou a crise do subprime. O mundo mal saiu por completo de uma das piores pandemias da humanidade e foi emendando uma turbulência na outra. A inflação virou um problema sério para as economias desenvolvidas, e a guerra na Ucrânia agravou ainda mais a situação de preços galopantes, sobretudo no setor de energia


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Para conter a escalada da inflação, os maiores bancos centrais do mundo retomaram uma prática interrompida há anos: subir os juros. Nos EUA, a taxa dos “fed funds” atingiu entre 4% e 4,25%, depois de quatro anos próxima a zero. O Banco Central Europeu não mexia nos juros desde 2011, mas no ano passado elevou sua taxa de zero para 2,5%. A inflação nessas economias é a maior em décadas, o que significa que pela primeira vez uma geração inteira lida com um cenário familiar aos brasileiros. 

E a má notícia é que grandes bancos, gestores de recursos e analistas do mercado financeiro preveem que muitas dessas pressões negativas devem persistir ao longo de 2023, impactando negativamente os resultados das empresas. Um estudo da agência Reuters com 5.756 companhias de diversos lugares do mundo, avaliadas em pelo menos 1 bilhão de dólares, estima que elas terão um crescimento de 4% neste ano, ante 4,9% em 2022. 

Sinais de recessão 

Para piorar, há o temor de que os próximos meses sejam marcados por uma recessão “autoinfligida” pelos bancos centrais. As autoridades monetárias já enfatizaram que sua prioridade é combater a inflação, ainda que os juros adentrem o território contracionista. A questão é que essa conduta, alertam especialistas, pode desacelerar as economias a ponto de uma recessão global se instaurar na segunda metade deste ano. 

Em entrevista ao portal de finanças internacionais Institutional Investor, Alejandra Grindal, economista-chefe da Ned Davis Research, estimou que há 65% de chances de a economia global entrar em recessão. “Estimamos um crescimento real de 2,4% para a economia global. Geralmente a recessão não implica, necessariamente, em contração. É comum ver crescimentos abaixo de 2,5% associados a um cenário severo de recessão global”, afirmou. 

A economista explica que, historicamente, uma recessão global costuma ser acompanhada por uma recessão nos Estados Unidos. Mas, segundo Alejandra, a possibilidade de um “pouso suave” para a economia americana não está fora da mesa. Tudo vai depender de como se comportará o ainda aquecido mercado de trabalho dos EUA, apontado pelo Federal Reserve como o principal vetor da inflação no país. Além disso, as tensões geopolíticas, com a persistente guerra dos russos contra os ucranianos, podem causar novos choques nos preços de energia. 

Outro fator importante a se observar ao longo do ano é a China, segunda maior economia do mundo. A passagem para 2023 foi marcada pela flexibilização da política de Covid zero do país, que impunha lockdowns rigorosos. Por enquanto, o afrouxamento não se refletiu em recuperação da atividade econômica, mas sim em novos surtos da doença. “Fora isso, a demanda externa não está tão bem e o setor imobiliário chinês continua frágil”, observa Grindal. Ainda assim, para 2023, a Ned Davis Research projeta um crescimento real para o PIB chinês entre 4,2% e 4,7%, mais forte do que no ano passado. 

Incertezas no Brasil 

No Brasil, que superou expectativas de crescimento econômico em 2022, os juros já estão elevados e a expectativa é que a Selic, hoje em 13,75% ao ano, seja reduzida ainda em 2023 — provavelmente no segundo semestre. Mas, assim como lá fora, o Banco Central brasileiro mantém tom austero em relação ao combate à inflação e já sinalizou que poderá dar continuidade ao ciclo de aperto monetário caso seja necessário. 

O governo Lula começou repercutindo negativamente no mercado financeiro. Logo na primeira sessão do ano, o Ibovespa caiu 3% com a notícia de que a desoneração sobre os combustíveis, que entrou em vigor no governo Bolsonaro, seria mantida por mais tempo. A decisão, contam nos bastidores, contrariou a vontade do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que aparenta estar mais preocupado com os gastos públicos. Enquanto Lula chama o teto de gastos de “estupidez”, Haddad acena com um discurso mais amigável ao mercado, mostrando comprometimento com a responsabilidade fiscal. 

A desoneração ampliada dos combustíveis compromete a arrecadação do governo e foi considerada como um sinal de gestão política — e não técnica — da economia. Assim, crescem as dúvidas se o Brasil vai conseguir descolar do cenário externo mais difícil ou irá sofrer na mesma medida que seus pares globais no caso de uma recessão. 

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