Os crescentes temores de que uma recessão esteja se formando, aliada à perspectiva de lucros corporativos mais baixos, têm aumentado — e muito — o pessimismo do mercado em relação ao investimento em ações. De acordo com pesquisa do Bank of America divulgada pelo Financial Times, grandes investidores reduziram suas alocações nesse tipo de ativo para o nível mais baixo desde o colapso do Lehman Brothers, em setembro de 2008.
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Simultaneamente a esse movimento, os gestores também aumentaram as suas reservas de caixa para o maior patamar em 21 anos. Na visão de Michael Hartnett, estrategista-chefe de investimentos do BofA, os investidores atingiram um “nível de pessimismo extremo”, pois temem que o aperto da política monetária pelos bancos centrais de vários países do mundo possa desencadear uma ampla desaceleração do crescimento global. Além disso, os gestores se revelam bastante preocupados com a performance das companhias nesse contexto. Segundo Hartnett, 79% dos gestores esperam que os lucros corporativos se deteriorem de forma parecida com o que aconteceu na pandemia de coronavírus ou quando o Lehman Brothers quebrou. A pesquisa do Bank of America ouviu 259 gestores de investimentos com ativos combinados de 722 bilhões de dólares.
Entre os investidores que não escondem seu pessimismo com o cenário atual está Larry Fink, executivo-chefe da maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock. Na semana passada, ele afirmou que a ansiedade do mercado quanto aos impactos que a alta no preço da energia e o rápido aumento das taxas de juros pelos bancos centrais terão no crescimento da economia e nos balanços das companhias têm atingido negativamente tanto o mercado acionário como o de dívida (bonds). Os rumos da inflação são outro aspecto que tem tirado o sono dos investidores. Na opinião de Fink, esse indicador deve permanecer elevado por vários anos, por causa de problemas nas cadeias de suprimentos globais.
Na pesquisa do Bank of America, um terço dos investidores disse que a manutenção da inflação alta era sua maior preocupação, enquanto pouco menos de um quarto citou uma possível recessão como o maior risco. Diante de tanta incerteza, 58% dos entrevistados pelo banco confessaram estar assumindo níveis de risco abaixo do normal em suas carteiras. Na prática, isso tem feito com que aloquem mais recursos em setores defensivos, como saúde, serviços públicos e bens de consumo básicos, que são vistos como menos vulneráveis em uma recessão.
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