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Buscar a diversidade na alta administração não é apenas o certo a fazer
Estudos comprovam que a maior presença de mulheres resulta em mais retorno, controle de riscos, conformidade e ética
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O Brasil tem um dos percentuais mais baixos de presença de mulheres em conselhos: apenas 14,3% das posições, ante 27,1% na média internacional. | Ilustração: Freepik

A proposta da B3 para promover o aumento da diversidade nos conselhos e em cargos de alta liderança das empresas, cuja audiência pública foi encerrada no último dia 16, é um passo importante para o amadurecimento da governança corporativa no País. Se aprovada com a redação proposta, a regra exigirá que, em dois anos, as companhias de capital aberto tenham ao menos uma mulher e um representante de grupos sub-representados (negros, pessoas com deficiência ou LGBTQIA+) em seus conselhos ou na diretoria estatutária.  


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A medida não é compulsória, mas as empresas que não aderirem terão que justificar ao mercado e aos investidores os motivos não o fazerem, seguindo o mecanismo conhecido como “pratique ou explique” e reforçando a importância da transparência. Ademais, trata-se de um excelente exercício de reflexão, que sempre ampara os administradores em atitudes positivas.     

Os números apontados pela própria B3 este ano demonstram a necessidade de se ampliar a diversidade: dentre as 423 companhias listadas, 60% não têm mulheres no grupo de diretores estatutários e 37% não contam com participação feminina no conselho de administração.  


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As razões são boas 

Muitos veem a agenda da diversidade com desconfiança e não compreendem por que a B3, entidade autorreguladora, propõe a “obrigatoriedade”. A questão é que a diversidade não é apenas o certo a fazer. Ela gera resultado. O Women in Business Leadership Boost ESG Performance, da International Finance Corporation (IFC), aponta que empresas com maior presença de mulheres em conselhos e na alta liderança apresentam melhores retornos sobre ativos e vendas, valor aprimorado, controles internos mais rígidos, aumento da conformidade ética e social, redução da incidência de fraude, insider trading e outras práticas antiéticas. Além disso, apresentam melhores práticas de responsabilidade social e interação com a comunidade, têm uma cultura empresarial mais positiva, mais satisfação dos colaboradores e melhor desenvolvimento de talentos.  

Estudos apontam, também, que as empresas mais resilientes, disruptivas e inovadoras, preparadas para cenários voláteis, são as que contam com pessoas dotadas de ideias, habilidades e experiências complementares e até mesmo antagônicas. São organizações que contemplam a diversidade cognitiva —  diversidade que a Women Corporate Directors (WCD) fomenta por meio das mulheres.  

A WCD, entidade sem fins lucrativos de atuação global, representa no Brasil mais de 300 profissionais que atuam (89%) ou atuaram como conselheiras (e todas como executivas em carreiras C-Level). Brancas, pretas, pardas, de várias gerações, com diferentes orientações sexuais e as mais distintas experiências profissionais: tecnologia, inovação, operação, finanças, marketing, pessoas. A base de associadas da WCD, assim como a de outras iniciativas nas quais a entidade atua (como o Conselheira 101, que aproxima mulheres negras do ambiente dos conselhos), está disponível a qualquer empresa que queira buscar uma conselheira qualificada. 

Além do desafio proposto pela B3, as empresas vêm testemunhando a pressão de investidores e da sociedade em torno da agenda que prioriza aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG), sobretudo no que diz respeito às mudanças climáticas e à diversidade. Tanto que a própria Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na recente Resolução 59, atualizou a Instrução 480, aprimorando a oferta de informações ligadas a ESG.  

Trilha global 

Todas essas ações estão em linha com a trilha global da diversidade e da sustentabilidade ambiental, social e econômica. Nos Estados Unidos, a Nasdaq passou a exigir que as empresas listadas atendam a metas de raça e gênero; o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu chegaram a um acordo para divulgações corporativas sobre o clima e para aumentar a participação feminina nos conselhos; cotas de gênero para ampliar a presença de mulheres nos conselhos no Reino Unido, França e Itália melhoraram a atuação desses colegiados.  

O Brasil tem um dos percentuais mais baixos de presença de mulheres em conselhos de administração: apenas 14,3% das posições, ante 27,1% na média internacional, segundo dados do Board Index 2021 da Spencer Stuart. França e Noruega apresentam os maiores percentuais, com 46% e 45%, respectivamente, segundo o relatório de 2022. Itália e Reino Unido apresentam 39% e 36% respectivamente. Os Estados Unidos têm 30%. Assim, a proposta da B3 é aderente aos movimentos que se observam nas economias mais avançadas. Um benchmark a ser considerado. 

*Cristina Pinho, Cristiane Azevedo, Leila Loria e Luciene Magalhães são co-chairs da WCD no Brasil.  

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