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Firmas globais de private equity são pouco inclusivas
Pesquisa mostra o quanto o setor ainda engatinha quando o assunto é diversidade
Firmas globais de private equity são pouco inclusivas
O cenário incitou algumas das maiores firmas do setor, como Carlyle, Blackstone, TPG e Apollo Global Management, a implementar iniciativas de fomento à diversidade — Imagem: freepik

Quando o assunto é diversidade de gênero da porta para dentro, as firmas globais de private equity têm deixado a desejar — apesar das reiteradas promessas de correção dessa rota. De acordo com uma pesquisa recente da EY, as mulheres formam quase metade da força de trabalho no mercado financeiro, considerando posições de entrada, ante apenas um terço dos empregados em funções semelhantes na indústria de private equity. Essa discrepância é ainda maior quando a comparação é feita nas equipes de gestão: no private equity, a parcela de executivas chega a apenas 10%, enquanto no mercado financeiro em geral é o dobro. 

A situação não melhora muito quando o termo diversidade engloba etnias e raças: apenas 3% dos empregados no private equity são negros, parcela que nos bancos atinge 12%, como mostra um outro recorte do levantamento da EY. E, aparentemente, essas lacunas se estendem às empresas investidas dessas firmas. Considerando as 18 maiores (tanto no segmento de private equity, como no de venture capital), em apenas 2% há negros e latinos nos conselhos de administração. 

Fomento à diversidade 

O cenário incitou algumas das maiores firmas do setor, como Carlyle, Blackstone, TPG e Apollo Global Management, a implementar iniciativas de fomento à diversidade. O impulso veio não somente da percepção de que existe um desalinhamento com as crescentes demandas por inclusão, mas também do fato de que essas empresas precisam disputar talentos com os bancos — e, para isso, devem ampliar a própria visão em termos de diversidade. 

Diante disso, desde 2020, a Carlyle orienta seus recrutadores a entrevistar pelo menos um candidato negro ou de origem latina, de ilhas do Pacífico ou de povos originários da América para as vagas que abre. A TPG recentemente preencheu metade das vagas para associados com mulheres ou candidatos não brancos, enquanto a Blackstone anunciou programas para elevar a um terço a parcela de diversidade nos boards das empresas que fazem parte de seu portfólio. 

Para seguir adiante nessa agenda, as firmas de private equity têm o desafio de superar uma barreira cultural: o fato de, tradicionalmente, o segmento cultivar um certo arquétipo de sucesso, orientado por retornos e crenças em meritocracia (o que, especificamente, limita a ascensão de mulheres e profissionais não brancos). 

Segundo análise da EY, a despeito das ações recentes em prol da diversidade, deve levar ainda muito tempo até que o private equity veja os resultados desses programas. A consultoria calculou que seriam necessários seis anos para que as firmas atingissem uma meta de 40% de colaboradoras (considerando uma taxa de retenção de 80%). Mas isso só se no setor, nesse período, metade das contratações fossem de mulheres. Parece bastante improvável. 

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