Pesquisar
  • Gestão
A falácia da igualdade de gênero 
Aplicativo expõe no Twitter empresas que defendem a prática, mas remuneram melhor os homens que as mulheres
Aplicativo expõe no Twitter empresas que defendem a prática, mas remuneram melhor os homens que as mulheres
Aplicativo Pay Gap App desenvolveu um bot capaz de identificar empresas britânicas que levantam a bandeira da equidade de gênero, mas pagam salários menores para mulheres — Imagem: freepik

A igualdade de gênero é um dos pontos focais quando se trata de aumentar a diversidade nos mercados financeiro e de capitais. Porém, embora cada vez mais companhias assumam publicamente o compromisso de avançar nessa seara, dados mostram que, na prática, muitas delas ainda remuneram muito melhor os colaboradores homens do que as mulheres. 

Com o objetivo de expor essas situações, o aplicativo Pay Gap App desenvolveu um bot capaz de identificar empresas britânicas que levantam a bandeira da equidade de gênero no Twitter, mas praticam a discriminação salarial entre quatro paredes.  

A Southport College foi uma das instituições desmascaradas pelo aplicativo. A faculdade localizada na Inglaterra fez um tweet comemorativo no Dia Internacional da Mulher com as hashtags #InternationalWomensDay e #BreakTheBias, destacando que a instituição é liderada por uma mulher. O bot da Pay Gap logo respondeu à publicação, disparando uma mensagem simples, sucinta e contundente: “Nessa organização, a média salarial paga por hora às mulheres é 25,9% inferior ao dos homens”. 

Quem também passou vergonha foi a McKinsey. Após a consultoria ter publicado um vídeo no Twitter para “celebrar as maravilhosas mulheres” que trabalham na empresa, o robô revelou que sua equipe feminina recebe, em média, 22,3% a menos do que os homens.  

E quem pensa que as startups, sob a bandeira da inovação e do progresso, ficam muito atrás, está enganado. Na fintech GoCardless, recentemente avaliada em 2,1 bilhões de dólares, o salário das mulheres é, em média, 19,9% menor do que dos homens. 

A Capital Aberto tem um curso online sobre estratégias de remuneração . Vem conhecer!

Os idealizadores do Pay Gap App são a especialista em redes sociais Francesca Lawson e o desenvolvedor de software Ali Fensome, que tiveram a ideia às vésperas do Dia Internacional da Mulher do ano passado.  

As informações reveladas pelo bot , vale frisar, não são nenhum segredo. Desde 2017, as empresas do Reino Unido são obrigadas a reportar diferenças salariais entre homens e mulheres e esses dados são disponibilizados publicamente pelo governo. Isso permitiu à dupla criar o código que faz o bot do Pay Gap App funcionar. “Se não confrontarmos esses dados e agirmos sobre eles, os problemas persistirão para sempre”, disse Lawson à revista Vice

Algumas empresas não souberam lidar com a pressão depois que foram expostas pelo aplicativo e apagaram posts no Twitter. Um claro sinal de que, em muitas organizações, a igualdade de gênero continua sendo apenas da boca para fora. Mas, com o surgimento de ideias como o Pay Gap, o espaço para discursos falaciosos será cada vez menor.  

Matérias relacionadas

Equidade de gênero em conselhos só deve acontecer em 2042

Todo cuidado é pouco com conselhos disfuncionais

Remuneração a combinar, nem pensar

CVM em linha com disclosure internacional de informações ESG


Outubro Liberado


Experimente o conteúdo da Capital Aberto grátis durante todo o mês de outubro.

Liberar conteúdo

Ja é assinante? Clique aqui

Você está lendo {{count_online}} de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês

Outubro Liberado

Experimente o conteúdo da Capital Aberto grátis durante todo o mês de outubro.


Ja é assinante? Clique aqui

Acompanhe a newsletter

Leia também

mais
conteúdos

Siga-nos

APROVEITE!

Adquira a Assinatura Superior por apenas R$ 0,90 no primeiro mês e tenha acesso ilimitado aos conteúdos no portal e no App.

Use o cupom 90centavos no carrinho.

A partir do 2º mês a parcela será de R$ 48,00.
Você pode cancelar a sua assinatura a qualquer momento.