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Diversidade nos conselhos de administração possibilita avanços
Colegiados com múltiplas representações de gênero, idade, nacionalidade ou raça atenderão melhor aos interesses dos stakeholders
Diversidade nos conselhos de administração
Quando as empresas não incluem vozes diversas, a começar por seus conselhos, elas perdem uma valiosa oportunidade de inovar no longo prazo. | Imagem: Freepik

Nos últimos anos, vimos a maioria das emissoras brasileiras anunciar compromissos ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG). Entre eles, a ampliação da diversidade das equipes de trabalho — um objetivo que tende a ser muito bem recebido pelas partes interessadas das companhias (os stakeholders) em um país com tamanha riqueza cultural como o Brasil. Colaboradores, consumidores, reguladores, investidores — e a sociedade em geral — esperam não só mais e melhores compromissos por parte das empresas, como também a elaboração de planos efetivos para concretizá-los. 


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A chave para conseguir esse objetivo é liderar pelo exemplo. No caso específico da diversidade, isso implica começar pela ampliação das suas dimensões nos conselhos de administração. Sem dúvida, as empresas públicas no Brasil têm mostrado um bom progresso nesse sentido.  

Vamos considerar a diversidade de gênero como uma das várias métricas para medir o progresso até o momento. De acordo com estudo recente publicado pela Deloitte e pelo Clube dos 30%, em 2021 as mulheres detinham 10,4% das cadeiras do conselho de administração entre as emissoras brasileiras analisadas.[1] Esse número representa uma melhora em relação aos 8,6% registrados em 2018. Os setores de tecnologia, mídia e telecomunicações, bens de consumo e energia e recursos foram os que relataram maior presença de mulheres conselheiras. 

  Entretanto, 10,4% ainda é um patamar inferior à média mundial. O mesmo estudo relata globalmente que as mulheres representam 19,7% nos conselhos das mais de 10 mil empresas analisadas em 51 países — França, Noruega e Itália são aqueles com maior percentual de mulheres conselheiras. O Brasil ocupa a 39ª posição, acima do México em 41º lugar e abaixo do Chile em 38º lugar. A Colômbia, o Peru e a Argentina ocupam os lugares 32, 35 e 46, respectivamente. 

  É fato que cada empresa, a depender do seu setor e domicílio, enfrenta desafios e oportunidades únicos. Por isso, recomenda-se que os conselhos não foquem apenas em uma dimensão de diversidade para ampliar a qualidade do seu funcionamento. A diversidade engloba aspectos além do gênero, como idade, nacionalidade ou raça. A diversidade implica ainda reconhecer as diferentes características profissionais e pessoais de uma pessoa, como a experiência de trabalho em um setor específico ou a orientação sexual.  

  Quando as empresas não incluem vozes diversas, a começar por seus conselhos, elas perdem uma valiosa oportunidade de inovar no longo prazo. As empresas que liderarem pelo exemplo e estabelecerem conselhos com perfis diversos estarão mais bem posicionadas para refletir os interesses da sua rede de stakeholders e representar as comunidades em que atuam. Serão mais capazes, portanto, de cumprir seus próprios compromissos ESG e gerar valor no longo prazo. 

Gabriel Hasson é o diretor da BlackRock Investment Stewardship para a América Latina. 

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