Fazer com que as empresas divulguem publicamente os valores dos impostos que pagam em cada país pode reduzir a evasão fiscal em nível internacional e diminuir os riscos de disputas com autoridades locais. Essa é a visão de uma coalizão de investidores e ativistas que está buscando o apoio dos acionistas para aumentar a transparência fiscal nas assembleias das maiores companhias abertas dos EUA.  

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“Os investidores precisam saber o quão perto da margem estão as estratégias de impostos das empresas, para que possam avaliar os riscos que estão dispostos a assumir”, disse Ian Gary, diretor executivo da Coalizão de Responsabilidade Financeira e Transparência Corporativa, ao Financial Times. 

Alguns dos maiores grupos de gestão de recursos dos EUA, como a BlackRock e a Vanguard, no entanto, são contrários à ideia. Esse tipo de divulgação, dizem os críticos, expõe as empresas a um escrutínio que pode acabar aumentando seus impostos em todo o mundo, em detrimento dos acionistas. 

No ano passado, a coalizão concentrou seus esforços nas empresas de tecnologia, após notícias de que as Bigtechs vinham transferindo lucros para jurisdições com impostos baixos para economizar. Neste ano, a campanha foi expandida para a indústria do petróleo. A Oxfam America, entidade que luta contra a pobreza e integra a coalizão, apresentou propostas de acionistas da ExxonMobil, Chevron e ConocoPhillips solicitando que as empresas publiquem relatórios fiscais que mostrem o pagamento de seus impostos país a país. Segundo a Oxam, a medida é importante, uma vez que a evasão fiscal é um fator-chave da desigualdade e os desafios econômicos aumentaram a preocupação dos governos com o tema. 

Na visão de um grande administrador de fundos, que preferiu não se identificar, as empresas que optarem por esse tipo de transparência fiscal podem ser prejudicadas. “Existe um risco de pioneirismo para uma companhia que é pressionada a iniciar divulgações que seus pares não estão fazendo”, observa. “Cabe ao governo definir a política de divulgação de impostos.”  

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