A desaceleração do mercado acionário desde o início do ano causou a mais longa seca nas listagens de empresas de tecnologia dos EUA neste século. Na última quarta-feira, dia 20, uma pesquisa feita pelo Morgan Stanley revelou que as bolsas americanas não recebem uma oferta pública inicial de ações (IPO) de tecnologia com valor maior que 50 milhões de dólares há 238 dias, superando os períodos de escassez anteriores vistos após a crise financeira de 2008 e o colapso das empresas pontocom no início dos anos 2000.
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O mercado acionário americano foi abalado neste ano pela batalha do Federal Reserve para reduzir a inflação por meio de aumentos agressivos nas taxas de juros. Taxas mais altas prejudicam o valuation das empresas e geram temores de que a economia possa ser empurrada para a recessão.
Como resultado desse cenário, o Nasdaq Composite, dominado por ações de companhias do setor, caiu quase 28% desde o início do ano, em comparação com uma queda de pouco mais de 19% do S&P 500. No segundo trimestre, as empresas do setor que compõem o S&P 500 quase atingiram as estimativas de lucros feitas pelos analistas, de acordo com a empresa de dados financeiros FactSet, mas as previsões para julho e setembro vêm sendo repetidamente revisadas para baixo, com a expectativa de que os lucros caiam 4% no ano.
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Diante disso, muitas empresas de tecnologia estão reduzindo custos, com o objetivo de atingir níveis maiores de lucratividade. Mas a questão é que elas precisam de tempo para mostrar que as mudanças estão funcionando. “No ano passado houve pouca discussão sobre rentabilidade [entre as empresas candidatas a IPO]. Agora, isso mudou, mas o problema de alterar o foco de uma história de crescimento para uma história de lucro é que leva tempo para que os emissores possam provar seu progresso”, afirmou Nicole Brookshire, sócia do escritório de advocacia Davis Polk, ao Financial Times.
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