Inflação nunca foi um assunto listado no topo das preocupações dos investidores em relação à economia dos Estados Unidos. Nos últimos meses, no entanto, as altas constantes e generalizadas dos preços mudaram as percepções, e agora os investidores começam a demandar das empresas informações e análises a respeito do impacto da inflação sobre suas operações.
De acordo com pesquisa da consultoria Corbin Advisors, 93% dos entrevistados dizem querer que os executivos das companhias analisem os efeitos da inflação sobre os negócios na próxima rodada de conferências sobre os balanços trimestrais. O tema superou assuntos antes considerados mais relevantes, como disrupção na cadeia de fornecimento (demanda relevante para 51% da amostra) e disponibilidade e custos de mão de obra (37%). Para o levantamento, a consultoria ouviu 75 participantes do mercado, sendo 75% atuantes no buy side.
Pico em 40 anos
Não é por acaso que os preços alcançaram o primeiro lugar na lista de pontos de atenção dos investidores. A inflação registrada nos Estados Unidos em 2021, de 7%, foi a mais alta em 40 anos. Esse cenário pode representar uma ameaça para as empresas à medida que reforça as expectativas de que, para conter os preços, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) aumente os juros antes do previsto. Analistas do Goldman Sachs, por exemplo, já trabalham com a possibilidade de quatro altas neste ano. Juros mais altos, vale lembrar, em geral são desfavoráveis para o mercado acionário, pois aumentam a atratividade dos investimentos de renda fixa. Esse “prejuízo” tende a ser particularmente relevante para papéis de empresas de tecnologia e ativos de maior risco.
Ainda conforme os dados apurados pela Corbin Advisors, 86% dos entrevistados afirmam ter alta preocupação com a inflação, mais do que o percentual de 78% verificado no levantamento anterior. Custos e disponibilidade de mão de obra saíram de 65% para 79%, enquanto disrupção da cadeia de fornecimento — assunto quente no fim do ano passado — caiu de 86% para 67%, apesar de ter mantido a presença entre os maiores temores.
Os dados, entretanto, não representam uma atitude pessimista do mercado: 52% dos entrevistados dizem que, a despeito do cenário, mantêm viés comprador ou neutro — eram 45% na pesquisa anterior.
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