Desde o colapso da exchange de ativos digitais FTX, está cada vez mais difícil para as empresas do setor obterem financiamento no mercado de capitais. Dados da empresa de pesquisa PitchBook mostram que o investimento de venture capital em empresas de criptoativos caiu para o nível mais baixo em quase dois anos durante o quarto trimestre de 2022. 

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Entre outubro e dezembro, as gestoras de capital de risco aportaram 2,3 bilhões em startups cripto, uma queda de 75% em relação ao mesmo período do ano anterior. As assets já vinham desacelerando seus investimentos no setor desde maio, mas a implosão da FTX em novembro intensificou o recuo. 

A retração vai de encontro à euforia que impulsionava o setor cripto no início de 2022. Em janeiro passado, a FTX chegou a levantar 400 milhões de dólares com um valuation de 32 bilhões de dólares. Já as startups de blockchain receberam o recorde de 26,7 bilhões de dólares em investimentos no ano passado, sendo que a maior parte do dinheiro foi captada no primeiro trimestre.  

Agora, com o colapso da FTX, as gestoras de venture capital estão mais hesitantes em alocar dinheiro no setor. Entre aquelas que ainda olham oportunidades no segmento, a postura é de extrema cautela. “Os investidores de venture capital estão levando muito mais tempo para conduzir a devida diligência em empresas do setor de criptoativos”, comentou David Pakman, sócio-gerente da empresa de cripto VC CoinFund à Bloomberg. “Eles estão exigindo proteções mais fortes aos fundadores das empresas e pressionando por assentos no conselho. Os valuations também estão se tornando mais realistas.” 

Na visão de Robert Le, analista da PitchBook, o direcionamento de recursos para a indústria cripto pode melhorar em maio, uma vez que muitas gestoras, como Andreessen Horowitz, Haun Ventures e Electric Capital, levantaram bilhões de dólares para apoiar empresas de ativos digitais e têm a obrigação de aplicá-los.  

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