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“A gente é independente, associativo, construtivo e agnóstico; se surgir uma boa oportunidade para os clientes e o mercado, a gente faz”
José Paulo Scheliga, CEO da Oriz Partners
José Paulo Scheliga, CEO da Oriz Partners

Em apenas um ano de atuação efetiva, a Oriz Partners comemora uma meta importante, o break-even da operação, e caminha para registrar o seu primeiro lucro anual já em 2024. Não foi apenas o resultado rápido que surpreendeu e ficou fora do projetado no business plan da Oriz. A mente aberta dos sócios e a diversidade de profissionais que foram agregados à Oriz levou a gestora a atuar com produtos de investimentos – que não tinham sido pensados originalmente – e fez da vertical de banco de investimentos o destaque da operação, principal geradora de receita. Criada em agosto de 2022, mas com o primeiro fundo lançado em janeiro de 2023, a Oriz além da gestão de patrimônio, tem Fiagro de terras, fundo distressed e faz a coordenação de emissões no mercado de capitais. “Hoje, temos R$ 5 bilhões sob aconselhamento, um número que chegou antes do previsto. Para o final do ano, a gente quer bater entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões”, comenta José Paulo Scheliga, CEO da Oriz Partners.  Em entrevista à Capital Aberto, Scheliga conta um pouco dos planos nas diferentes verticais de negócios e do rápido sucesso de uma casa “nova com gente velha, todos com mais de 20 anos de mercado”, nas palavras do CEO.

Oriz, “A gente é independente, associativo, construtivo e agnóstico; se surgir uma boa oportunidade para os clientes e o mercado, a gente faz”, Capital Aberto

O que explica esta antecipação do valor projetado no business plan da Oriz Partners?

A mudança de regulação dos fundos exclusivos, que é o perfil do nosso cliente, na prática foi uma dificuldade e uma facilidade. Inicialmente, ninguém quis mexer nas carteiras até o final do ano passado por conta da tributação. Enquanto não houvesse o recolhimento do imposto, o investidor tinha zero incentivo para mudar de casa, o que foi um obstáculo para a Oriz. Nossa carteira até dezembro, tinha um pouco mais de R$ 1 bilhão. Só a partir de fevereiro deste ano, a gente começou a observar o ponto dessa mudança de regulamentação do fundo exclusivo. O dinheiro ganhou mobilidade. Os clientes e assessores foram obrigados a fazer alguma coisa. E isso nos beneficiou muito. Tanto que, nos primeiros quatro meses do ano, a gente captou mais R$ 4 bilhões, com muito trabalho e busca ativa por clientes. Como tínhamos uma carteira pequena, não tivemos saídas, e o dinheiro em outras casas começou a se mover e ganhamos espaço.

Oriz, “A gente é independente, associativo, construtivo e agnóstico; se surgir uma boa oportunidade para os clientes e o mercado, a gente faz”, Capital Aberto

Ainda tem muito dinheiro para ser captado por vocês? Qual a perspectiva?

Tem, sim, muito dinheiro ainda para vir. Esse é só o começo. Era um começo muito importante para gente, porque R$ 5 bi era um valor meio mágico para bater o nosso break-even. Isto nos dá uma segurança, um conforto muito grande para tocar o negócio. Esse ano a gente já deve dar lucro, que também não estava previsto no business plan. Para o final do ano, a gente quer bater entre R$ 10 bi e R$ 12 bi. E seguir dobrando de tamanho. Em 5 anos, a gente quer estar em R$ 80 bi.

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O que os clientes exclusivos que migraram para a Oriz estão buscando, qual a alocação dos recursos?

Eles procuram os famosos isentos. Brigar contra a renda fixa no Brasil ainda mais com produto isento é muito difícil. A gente tem trabalhado com uma visão de carteira administrada ampla. A gente tem uma carteira administrada de créditos isentos e um time de crédito aqui muito bom, muito capaz. Também fazemos alocações em diversos fundos do mercado e temos fundos próprios, que tem uma parcela menor da alocação.

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A CVM editou diversas normas, como a 175 e 179, sob argumento de modernizar a indústria e promover a transparência. Para a Oriz, muda algo com as novas regulações?

A gente é 100% independente e operamos com o máximo de transparência. Por exemplo, na carteira administrada, se existe uma comissão por distribuição, a gente rebate ao cliente. A gente também distribui fundos, o que é melhor para o cliente. Quisemos eliminar da conta qualquer conflito de interesse possível imaginário, porque a gente vem de casas em que o conflito de interesse era enorme. Bancos são assim, é muito difícil você operar em favor do cliente dentro de um banco, superdifícil. Tem fundos fechados, que é um bom instrumento para uma série de coisas, dentro dessa carteira administrada. Nesse mundo de assessores de investimento, falando da CVM 179 especificamente, precisava ser mais regulado. Porque a gente sabe que ali, falando de novo em conflito de interesse, ali era o centro do conflito de interesse. O nosso modelo já é fee-based.

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A Oriz atua em três frentes – gestão patrimonial, serviços de banco de investimento e mesa de operações. Qual das três frentes tem tido o melhor desempenho?

Quando se monta um business plan, a gente mira aqui e acerta lá. O que financiou o crescimento da companhia foram os serviços de banco de investimento. A gente foi a primeira não financeira a ter licença da CVM para coordenar a oferta pública de mercados capitais. Hoje, a gente é a maior coordenadora independente. Eu só não posso falar que a gente é a maior não financeira, porque o BTG e o Itaú abriram duas não financeiras para atuar pela CVM 160. No ano passado, a gente fez nove ofertas e algo perto de R$ 1 bilhão. Esse ano, vamos além. A gente agradece aos bancos por não olhar essas operações de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões, porque é do tamanho que a gente gosta. Foi o que financiou o crescimento da Wealth. E agora que a gente vai começar a ver essas curvas se inverterem. É uma competição super saudável dentro da companhia que a gente quer ter entre Wealth e o banco de investimento. Pelo menos, por enquanto, o banco de investimentos e os serviços vão seguir puxando o bonde como um todo.  

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Como a Oriz atua em special situations, qual o foco da área?

A gente tem três universos. Tem um universo que não é exatamente special situation, que é Ativos Judiciais, uma caixinha separada. Dentro de special situations eu tenho dois bolsos. O primeiro é de um fundo que a gente fez uma captação, perto de R$ 100 milhões. É um fundo de Corporate Distressed, em parceria com a gestora Albright Capital. Compramos crédito em empresas com problemas, para entrar no management da empresa, fazer o turnaround, ter uma participação de equity e vendê-la no futuro. A ideia é investir entre 5 e 8 ativos exatamente porque a gente vai entrar na gestão. Fora do fundo, a gente pode fazer quase qualquer coisa de special situation, comprar a massa falida, equity em empresas em distressed ou podemos comprar dívida. Não falta oportunidade nesse nicho específico. Eu costumo brincar que o Brasil é uma fonte inesgotável de originação de ativos de special situation.

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A Oriz recentemente lançou um Fiagro com investimentos em terras. Qual a característica do produto, quanto captou?

Com o Fiagro a gente enxergou uma oportunidade para comprar terras degradadas, investir nessas terras degradadas para depois vendê-las para alguém que vá produzir. É interessante, porque o Brasil tem 65 milhões de hectares de área agricultável e pode chegar em 145 milhões de hectares de área agricultável sem derrubar nada, apenas recuperando a terra já existente, mas que não são produtivas. A gente tem hoje quatro fazendas dentro do fundo e investimos R$ 250 milhões. Todas em recuperação. Não temos obrigação de girar o ativo em determinado prazo, mas na média acreditamos que a carteira gire entre 1,5 ano e 2 anos. Hoje, são propriedades em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas a gente olha outras áreas como Tocantins e Bahia. Tem tido uma aceitação enorme, a gente está em oferta de novo. É um fundo que a gente pretende ter entre R$ 600 milhões e R$ 1 bilhão.

Oriz, “A gente é independente, associativo, construtivo e agnóstico; se surgir uma boa oportunidade para os clientes e o mercado, a gente faz”, Capital Aberto

Quem são os clientes do fundo? Qual o perfil do investidor no Fiagro de terras da Oriz?

São todos clientes da casa, incluindo um investidor âncora, também nosso cliente, e que entende do agro. Temos visto interesse de gestoras independentes, dentro da tese imobiliária, de grandes assets dos principais bancos. Eles estão com alguma dificuldade em encaixar nosso Fiagro na estratégia, se é um investimento imobiliário ou no agro porque o comum é Fiagro de crédito, com CRAs nas carteiras.

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E quais os planos para o futuro, o que estava no business plan e que ainda não saiu do papel?

O nosso business plan não tinha produto próprio na gestora. Hoje a gente já tem o Fiagro, Special Situations e mais duas verticais muito importantes. Uma é de ativos judiciais, que já temos um fundo de precatório pequeno para montar um track recorde para depois sair e captar para o mercado. Mas é um fundo que a gente vai lançar. Queremos também lançar um fundo de ações trabalhistas, de ativos judiciais trabalhistas no futuro. Provavelmente no segundo semestre.

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Quais são os planos na vertical imobiliária?

A gente já está mandatado para fazer um fundo de desenvolvimento de uma empresa bem grande, que ainda não posso falar. Vamos lançar um fundo de permuta imobiliária e já estamos com uma oferta aberta de fundo de CRI. São todos FIIs, mas cetipados, inicialmente não vamos listar na bolsa porque essa indústria de fundos sofre muito quando é listada e por motivos que não são motivos do fundo. A gente não quer que o nosso cliente abra lá o extrato dele, veja uma cota marcada por baixo. Se quisermos um negócio maior e formos obrigados a listar, aí sim. O FII de CRI já foi registrado e está em captação, inicialmente dinheiro institucional para essa primeira rodada. Não vai ser uma rodada grande, deve ser uns R$ 100 milhões.

Oriz, “A gente é independente, associativo, construtivo e agnóstico; se surgir uma boa oportunidade para os clientes e o mercado, a gente faz”, Capital Aberto

Embora a Oriz não pensasse em produtos no plano inicial, acabou ocorrendo. Qual o motivo?

A gente é independente, associativo, construtivo e agnóstico. Se surgir uma boa oportunidade para clientes e o mercado, a gente faz. Os times foram sendo montados, chegando e os negócios surgindo. A gente fez o IPO do fundo de infraestrutura. Fizemos o IPO de um Fiagro em parceria com outras casas. Estamos fazendo esse jogo de desenvolvimento imobiliário. A gente é ultra associativo e a gente quer seguir sendo.


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