Os investimentos em venture capital estão a caminho de registrar sua maior baixa em mais de duas décadas neste ano, superando as quedas vistas na quebra das pontocom em 2000 e na crise financeira de 2008. De acordo com dados da Preqin, o valor de novos negócios nesse segmento caiu globalmente 42% nos primeiros 11 meses deste ano em comparação com 2021, atingindo 286 bilhões de dólares.
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Um dos fatores que explica o recuo é o aumento da taxa de juros, que vem favorecendo investimentos em ativos menos arriscados. Além disso, importantes financiadores de startups desistiram de fazer novas alocações neste ano após problemas em empresas de seu portfólio.
A Sequoia Capital, uma das gigantes do Vale do Silício, por exemplo, criou um fundo de 600 milhões de dólares para investir no universo cripto e uma de suas investidas foi justamente a FTX, que abriu falência em novembro. O SoftBank e a Tiger Global Management também eram investidores da empresa, até então uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo.
Outro fator que vem prejudicando novos investimentos é a incompatibilidade de expectativas entre compradores e vendedores. “Há uma grande diferença em relação aos preços que eles estão pedindo para fechar negócio”, observou Yan Guo, diretor da LGT Capital Partners, em evento recente. “Muitas empresas privadas ainda mantêm as avaliações de 2021, enquanto seus pares em bolsa sofreram significativas correções de preço neste ano. Diante disso, os compradores vêm exigindo um desconto maior para investir, mas muitos vendedores não estão prontos para abraçar essa realidade.”
Apesar das dificuldades, investidores de venture capital acreditam que a desaceleração no ritmo dos negócios traz oportunidades e que ela pode ser benéfica para o ecossistema de tecnologia ao introduzir expectativas mais realistas. “Agora pode ser o melhor momento para investir. Estou otimista em relação às startups de tecnologia e ao avanço do setor”, afirmou Edith Yeung, sócia da Race Capital, à Bloomberg.
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