A crescente preocupação com os aspectos ambientais, sociais e de governança envolvidos na conduta de uma empresa, embora imponha mais desafios a todo o ecossistema, oferece uma gama de oportunidades de liderança e protagonismo para as organizações. E, também, para os profissionais de relações com investidores (RI), conforme apontou pesquisa realizada pela Deloitte em parceria com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri). A despeito de a temática não ser recente no mundo, é consensual que ainda faltam especialistas no assunto. Conduzida entre abril e maio de 2022, a pesquisa revelou que apenas 37% das empresas têm especialistas em ESG dentro da área de RI. E 17% delas pretendem contratar alguém com conhecimento nessa temática ainda em 2022.
Os profissionais de RI precisam se preparar para lidar com essa transformação. Oito em cada dez empresas listadas em bolsa pretendem criar um relatório com indicadores ESG ou melhorar o já existente. Entre as companhias que já divulgam informações, um fator que chama a atenção é que nem sempre os temas apontados pelas próprias empresas como os mais relevantes são os que contam com informações estruturadas, para serem publicadas ao mercado. A divulgação por vezes ocorre com os indicadores de maior facilidade de consolidação. Além do desafio da padronização, apontado por mais da metade das companhias abertas pesquisadas como o principal desafio no desenvolvimento de relatórios ESG, há também a dificuldade de consolidação das informações —realizado majoritariamente de maneira manual entre as empresas pesquisadas. Apenas 3% das empresas adotam um software padrão para essa função.
Assim, é possível assumir que assuntos relacionados à padronização, consolidação de informações e relevância de indicadores deverão direcionar os esforços de aperfeiçoamento desses materiais nos próximos anos. E há um papel fundamental da área de RI ao aproximar a visão dos analistas e investidores das discussões internas. O RI precisa provocar discussões que objetivam o alinhamento da temática à estratégia central da empresa. É preciso endereçar os principais questionamentos dos investidores, a visão dos concorrentes sobre o tema, os requisitos dos arcabouços regulatórios e, em conjunto com especialistas, definir os próximos passos. Segundo 28% das empresas consultadas, a previsibilidade sobre potenciais preocupações dos investidores com ESG é um desafio para a área de RI.
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O fato é que o mercado carece de profissionais qualificados para alavancar e endereçar as principais discussões referentes a essa temática. Para se ter uma ideia do tamanho da busca por profissionais especializados, o mercado global criou o termo “ESG talent war” (guerra por talentos ESG). Como não há pré-requisitos acadêmicos para se especializar no tema, qualquer profissional interessado, como os de RI, poderá ser protagonista nessa transformação. A formação continuada é essencial para enfrentar os desafios atuais, liderar discussões, além de disseminar ações educacionais dentro da organização.
*Reinaldo Oliari e Raquel Foresto, especialista em relações com investidores, são, respectivamente, sócio e gerente Audit & Assurance da Deloitte.
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