Uma análise feita Audit Analytics e divulgada pelo Financial Times revela um dado preocupante: as reapresentações contábeis nos EUA praticamente quadruplicaram no ano passado e atingiram o maior número em 15 anos. O motivo do recorde é conhecido:  as special purpose acquisitions companies (Spacs) e seus balanços equivocados.

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Segundo a Audit Analytics, essas sociedades, também conhecidas como “companhias de cheque em branco”, responderam por 77% das 1.470 reapresentações relatadas à Securities and Exchange Commission (SEC) no ano passado, um aumento de 289% em relação a 2020. Sem as Spacs, o total de reapresentações teria caído 10%.

Em algumas Spacs, os problemas encontrados nos balanços foram tão abrangentes que essas sociedades tiveram que emitir um novo conjunto de demonstrações financeiras em vez de simplesmente revisar alguns números. Como consequência, o percentual de reemissões de balanços atingiu o nível mais alto nos EUA desde 2005.

As reapresentações ocorreram após o regulador americano aumentar o escrutínio sobre os balanços das companhias de cheque em branco. Em 2021, a SEC alertou essas sociedades de que, em alguns casos, a garantia que elas dão a alguns investidores de comprarem ações adicionais a valores pré-definidos deveria ser tratada como um passivo, e não como ações, como vinham fazendo. 

Daqui para frente, a vigilância do regulador americano sobre essas companhias só deve aumentar. Em abril, a SEC propôs novas regras para esse perfil de companhia, com o objetivo de garantir aos investidores o mesmo nível de proteção que eles têm ao participar de uma oferta pública inicial de ações (IPO). 

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