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ESG ganha relevância no mercado de private equity
A atenção aos riscos reputacionais e aos impactos sociais e ambientais da investida deixou de ser uma opção para se tornar uma necessidade
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Em vez de enxergar o ESG como despesa ou modismo, os fundos de private equity encaram a questão como um agregador de valor | Imagem: Freepik

Apesar das turbulências e incertezas de um ano eleitoral, os investimentos no setor de private equity e venture capital no Brasil cresceram em mais de 50% nos primeiros três trimestres de 2022, em comparação com o mesmo período no ano passado. É o que indicou um estudo publicado pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCap). 


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A alta acontece em um momento importante para a questão ESG (sigla em inglês para a gestão voltada a aspectos ambiental, social e de governança). Segundo dados da ferramenta Google Trends, que acompanha tendências em buscas realizadas na plataforma, a “popularidade” do termo ESG no Brasil mais do que triplicou entre janeiro e setembro de 2022.  

Materializando o conceito, podemos imaginar exemplos do que torna um negócio mais comprometido com fatores ESG. Empresas podem calcular e compensar a sua pegada de carbono, realizar investimentos que beneficiem a população em locais específicos ou ainda incentivar iniciativas de diversidade e representatividade em suas lideranças. 

Em vez de enxergar o ESG como despesa ou modismo, os fundos de private equity encaram a questão como um agregador de valor. A experiência de quem acompanha esse mercado no dia a dia vem demonstrando que investimentos em ESG criam vantagens competitivas capazes de compensar os gastos adicionais. Cada vez mais, clientes que realizam due diligence reputacional ou anticorrupção pré-investimento solicitam um diagnóstico sobre a situação ESG.  

Além de ser “o certo a se fazer”, a preocupação com ESG pode aumentar o lucro das empresas e também suas chances de sucesso no longo prazo. É o que aponta o professor George Serafeim, de Harvard, em artigo para o Harvard Business Review. Serafeim estudou a performance de mais de 3 mil empresas listadas em bolsas de valores no início da pandemia e identificou que aquelas sobre as quais o público tinha uma percepção melhor de responsabilidade social tiveram performance superior nesse período de volatilidade dos mercados. 

Em estudo realizado pela Bain em 2022 com investidores de private equity (os limited partners), 70% dos participantes indicaram que consideram ESG na composição dos seus portfolios e 85% afirmaram ter uma política de ESG para os seus investimentos. Eles responderam ainda que 76% dos ativos sob sua gestão são afetados por tais políticas. Mais curioso: 93% dos investidores deixariam de fazer um investimento devido a uma questão ESG. 

Nos casos de investimentos por fundos de private equity e empresas de venture capital, a atenção ao tema ESG no momento da diligência não é mais opcional. A análise de riscos reputacionais da empresa alvo e dos seus sócios e gestores, que geralmente inclui assuntos como conexões políticas e envolvimento em questões antiéticas, já faz parte de qualquer diligência robusta. A atenção à temática ambiental e social é igualmente importante.  

Existe, é verdade, um dificultador: a falta de regulamentação ou de um benchmark único e aceitável. Diversas iniciativas buscam criar tais regras — entre elas, o Principles for Responsible Investment, um guia de princípios desenvolvido por grandes investidores globais com apoio da ONU (Organização das Nações Unidas). No Brasil, associações e até órgãos do governo estão desenvolvendo métricas de ESG, como a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e o Ministério do Desenvolvimento Regional. O caminho, contudo, não parece ter volta. Em um cenário de crescentes incertezas, os aspectos ESG tornam-se cada vez mais relevantes no cálculo de risco dos investidores — especialmente, os internacionais. 

*Carlos F. Lopes é managing director da StoneTurn 

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