
Um número crescente de companhias americanas está utilizando fatores ambientais, sociais e de governança (métricas ESG) para compor os bônus de seus principais executivos. Porém, os investidores estão preocupados com o fato de que essas métricas podem estar sendo manipuladas para aumentar os pagamentos. De acordo com dados do The Conference Board e da empresa de análise Esgauge, três quartos das empresas do S&P 500 divulgaram que indicadores ESG contribuíram para a remuneração dos seus executivos em 2022, um aumento em relação aos dois terços identificados no ano anterior. Entre essas empresas estão American Express, Dow e Southwest Airlines.
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“Estamos céticos em relação às métricas ESG adotadas para cálculo da remuneração dos executivos. Frequentemente elas são muito subjetivas, vagas e facilmente manipuláveis”, afirmou Ben Colton, chefe de governança da State Street Global Advisors, que gerencia 3,79 trilhões de dólares, ao Financial Times.
Indicadores problemáticos
Na Southwest, o salário do CEO Robert Jordan aumentou 76% para 5,3 milhões de dólares no ano passado. Isso após a companhia aérea ter irritado milhares de passageiros ao cancelar mais de 16.700 voos durante a temporada de feriados. Em documento oficial, a empresa afirmou que os cancelamentos de dezembro afetaram negativamente os bônus dos executivos, mas acrescentou: “Com relação às iniciativas ESG, incluindo diversidade, equidade, inclusão e sustentabilidade, o conselho concluiu que a empresa teve um desempenho acima das metas definidas”.
Apesar de casos como esse, alguns gestores de recursos apoiam veementemente a inclusão de métricas ESG na remuneração. A Legal & General Investment Management (LGIM), com sede no Reino Unido, já declarou que, a partir de 2025, espera ver indicadores ligados a emissões líquidas zero de carbono integrando as metas de compensação de longo prazo dos executivos.
Há, no entanto, um indicador que preocupa a gestora. “O ‘engajamento dos funcionários’ é uma submétrica pobre dentro do ESG, e a consideramos problemática”, disse John Hoeppner, chefe de governança da LGIM nos EUA. “Francamente, nunca vimos uma empresa pontuar abaixo da mediana em relação a esse indicador. Essas coisas podem ser manipuladas.”
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