Após um sucesso espetacular de captação de recursos durante a pandemia — seguido de uma derrocada retumbante no valor das ações —, as companhias abertas de biotecnologia estão voltando a atrair a atenção dos investidores, em especial aqueles interessados em pinçar barganhas na bolsa.  

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Entre 2020 e o fim de 2021, os grupos de biotecnologia, a maioria deficitários, levantaram um recorde de 32,7 bilhões de dólares em ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), segundo dados da Refinitiv. No começo deste ano, no entanto, mais de 80% das novatas já negociavam seus papéis a valores inferiores aos do IPO. 

A queda foi motivada basicamente por dois fatores: a busca dos investidores por ativos mais seguros, diante da elevação das taxas de juros, e a correção nos preços das ações da indústria de biotecnologia, que se supervalorizaram durante o pico da pandemia. Naquela época, notícias positivas sobre vacinas e tratamentos para covid-19 atraíram a atenção de muitas pessoas físicas e fundos de investimentos generalistas, descritos pejorativamente pelas assets que entendem do segmento como “turistas”. 

Agora que a crise sanitária abrandou e as ações estão sendo negociadas com desconto, empresas de biotecnologia com projetos promissores têm aguçado o apetite de hedge funds e de gestores de recursos especializados. Eles estão interessados em companhias com novos dados clínicos para apresentar e comprovação de que seus produtos estão no caminho certo. Empresas com esse perfil, inclusive, voltaram recentemente a conseguir captar recursos. Com a melhora no humor dos investidores, as empresas de biotecnologia arrecadaram 5,2 bilhões de dólares em follow ons entre julho e setembro deste ano, mais do que o primeiro e o segundo trimestres juntos. 

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