O regulador financeiro de Cingapura decidiu adotar uma postura mais conservadora em relação ao setor de criptomoedas. Na última segunda-feira, 29, o diretor-gerente da autoridade monetária (a MAS, na sigla em inglês), Ravi Menon, alertou que a agência planeja tomar medidas rigorosas para dificultar o acesso do varejo às criptomoedas e reduzir os danos ao consumidor. “Os investidores parecem estar irracionalmente alheios aos riscos do comércio de criptomoedas”, ressaltou. 

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A mudança de atitude ocorre após a reputação de Cingapura como um centro seguro para negociação de criptoativos ter sido abalada. Atualmente, promotores sul-coreanos estão investigando a implosão da stablecoin terraUSD, criada pelo fundador Do Kwon, que morava em Cingapura. O hedge fund de criptomoedas Three Arrows, um dos mais importantes da indústria e que abriu falência neste ano, também estava sediado na cidade-estado, embora registrado nas Ilhas Virgens Britânicas. 

Como Cingapura tem poucos recursos naturais e sua economia é bastante dependente do setor de serviços financeiros, o governo local vinha se mostrando aberto a desenvolver o mercado local de criptomoedas. No ano passado, a MAS começou a distribuir licenças para players do setor de criptomoedas e passou a permitir que tanto investidores de varejo como institucionais negociassem produtos ligados a essa classe de ativos. 

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Como consequência, empresas de criptoativos vindas da China, Índia e de outros países da região passaram a se estabelecer em Cingapura. Segundo relatório da KPMG, o investimento em empresas de criptomoedas e blockchain localizadas na cidade-estado atingiu  o recorde de 1,48 bilhão de dólares em 2021. O valor é 10 vezes superior ao alcançado no ano anterior e quase metade do total registrado na região da Ásia-Pacífico em 2021. 

Apesar de sua declaração ter soado pouco amigável ao setor de criptomoedas, Menon afirma que a MAS ainda acredita no potencial econômico “transformador” do ecossistema das criptomoedas, incluindo as versões tokenizadas de ativos. 

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