Que o segmento de criptomoedas vem passando por um dos períodos mais turbulentos de sua história não é novidade. Neste ano, os ativos digitais perderam nada menos que 2 trilhões de dólares em valor de mercado. Mas esse não é o único número que evidencia o bear market. De acordo com a provedora de dados Nomics, mais de 12 mil moedas digitais deixaram de ser negociadas neste inverno cripto, tornando-se “tokens zumbis”. 

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Durante a alta de preços no ano passado, milhares de startups de criptomoedas emitiram tokens, e as perspectivas de que esses ativos continuariam se valorizando gerou uma demanda enorme. Porém, esse cenário mudou radicalmente neste ano. Além das condições macroeconômicas terem tornado os ativos de risco menos atraentes, escândalos como a implosão da blockchain Terra e o colapso do fundo de hedge Three Arrows Capital elevaram a desconfiança dos investidores em relação a esse mercado. 

Para o seu estudo, a Nomics considerou como “tokens zumbis” ativos que não são negociados há um mês, sendo que o número que encontrou — de 12.100 moedas — é mais que o dobro do observado em anos anteriores. “Quando o mercado estava em alta, em 2021, havia muito dinheiro, atenção e liquidez para projetos novos e existentes que emitiam seus próprios tokens”, disse Jacob Joseph, analista de pesquisa da CryptoCompare, em entrevista à Bloomberg. “No entanto, no atual bear market, mesmo bons projetos enfrentam dificuldades para sustentar suas operações, pois estão perdendo acesso a capital e financiamento.” 

Não à toa, a tendência é que mais moedas se tornem “zumbis”. Segundo a Nomics, há uma infinidade de tokens que estão próximos de ganhar essa alcunha e hoje são negociados a uma fração de centavo. Ao contrário de outras indústrias, não é tão perceptível entre os criptoativos quando as moedas se transformam em zumbis e os projetos são efetivamente extintos. “Não há vitrine para fechar, estoque para vender, funcionários para reivindicar desemprego”, disse Aaron Brown, um investidor de criptomoedas que escreve para a Bloomberg Opinion.  

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