Os protestos que eclodiram após a morte do americano George Lloyd, sob custódia da polícia de Minneapolis, deixaram uma marca profunda nos Estados Unidos. O incidente, ocorrido há um ano, reverberou no meio corporativo e incitou líderes, majoritariamente brancos, a se comprometer a redobrar os esforços para aumentar a diversidade racial em suas companhias. Recentemente, a ISS Corporate Solutions (ICS) divulgou um levantamento que mostra o resultado dessas iniciativas. Segundo a consultoria, entre 1º de julho de 2020 e 19 de maio de 2021, houve um aumento de quase 200% no número de novos membros negros em conselhos de administração das empresas cujas ações integram o índice S&P 500.
“Houve um movimento evidente, à medida que as empresas responderam ao coro de investidores e stakeholders que, desde o verão passado [no hemisfério norte], têm exigido uma maior diversidade racial e étnica dentro dos conselhos”, disse Marija Kramer, diretora da ICS, em nota.
De acordo com a análise da ICS, as companhias que compõem o índice S&P 500 nomearam 165 negros dentre 513 novos membros de seus conselhos de administração, o que representa 32% do total. Em comparação, essa parcela era de apenas 11% entre 1º de julho de 2019 e 19 de maio de 2020.
A ICS também observou um salto na quantidade de empresas que indicaram um executivo negro para cargos da alta administração. De 52 companhias no período compreendido entre 1º de julho de 2019 e 19 de maio de 2020, o número saltou para 148 no intervalo mais recente. As mudanças, entretanto, são mais evidentes nas empresas maiores. Ao examinar o índice Russell 3000, a consultoria constatou que somente 22% daqueles nomeados para o conselho de administração eram negros.
Outra descoberta da ICS está relacionada à experiência dos novos conselheiros negros e a uma inesperada vantagem dos “novatos”. No período mais recente examinado, 49% integravam o quadro administrativo de uma companhia aberta pela primeira vez em comparação com 36% no período anterior. “Esse dado sugere que o pipeline de talentos entre minoritários está crescendo a um ritmo mais rápido”, disse Kramer, da ICS.
Além da pressão de investidores e acionistas por mais transparência e equidade racial, as companhias enfrentam novas regulamentações sobre diversidade em conselhos na Califórnia e em Illinois. E a bolsa de valores americana Nasdaq, por exemplo, aguarda a aprovação da Securities and Exchange Commission (SEC) para começar a exigir que as empresas listadas informem o número de diretores por gênero e em categorias que incluem negros, hispânicos e pessoas LGBTQ+.
Mas o quadro geral ainda evidencia uma discrepância gritante entre brancos e negros em conselhos. Em 19 de maio de 2021, os diretores negros representavam 10,6% dos cargos de diretoria nas empresas do S&P 500, em comparação com 8,3% em 19 de maio de 2020 e 7,8% em 19 de maio de 2019. Como se vê, o caminho para a diversidade racial, apesar dos avanços mostrados, ainda é longo.
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