Recentemente, a Institutional Shareholder Services Inc. (ISS) anunciou as políticas globais de voto que vai adotar a partir de 1º de fevereiro de 2021. A revisão é feita anualmente para contemplar as mudanças de perspectiva e necessidades de seus investidores institucionais, assim como para atender novas práticas de governança corporativa. De forma inédita, a partir do próximo ano a consultoria vai abordar em seus relatórios a falta de diversidade racial em conselhos de administração.
A política, que se aplica a empresas listadas no Russell 3000 e no S&P 1500, vai ter um período de transição de um ano. Até 2022, a ISS vai destacar em seus relatórios os conselhos que carecem de diversidade racial e étnica “para ajudar os investidores a identificar empresas com as quais se engajar”, mas não tomará a informação como um fator decisivo para as recomendações de voto. Na América Latina, a consultoria também vai exigir um número mínimo mais elevado de conselheiras mulheres e conselheiros independentes.
Questão racial no centro de discussões internacionais
A inclusão da diversidade racial e de gênero nas políticas de voto da ISS não é apenas um reflexo do fortalecimento da perspectiva ESG observada nos últimos anos. Este ano de 2020 foi marcado pelo destaque global às questões raciais, com problemas locais graves comprovando o abismo ainda existente entre brancos e negros.
A morte de George Floyd nos Estados Unidos, com o consequente movimento Black Lives Matter e os protestos de milhares de pessoas em meio à pandemia, mostrou a essência do problema na maior economia do mundo. Recentemente, no Brasil, o assassinato de João Alberto Silveira Freitas numa unidade do Carrefour gerou resposta imediata da sociedade civil. São indícios de que atitudes discriminatórias têm sido a cada dia menos toleradas e isso não pode passar despercebido pelas empresas.
Segundo a ISS, a inclusão de políticas de voto relacionadas à questão da diversidade foi resultado de um extenso levantamento. “Investidores institucionais, empresas e outros agentes do mercado forneceram feedback sobre uma ampla gama de questões por meio da pesquisa anual da ISS e de várias mesas redondas e discussões virtuais sobre políticas”, disse Georgina Marshall, chefe global de pesquisa e presidente do conselho de política global da ISS. Ao todo, a consultoria recebeu 522 respostas à pesquisa online.
Outras mudanças que serão implementadas pela ISS estão relacionadas aos direitos de litígio de acionistas e à responsabilidade de administradores por falhas de governança em questões ambientais ou sociais.
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