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Capital para multiplicar
Depois de perder a janela para um IPO, Droga Raia captou recursos com dois fundos de private equity — e se deu bem

, Capital para multiplicar, Capital AbertoEm setembro de 2008, os fundos de private equity das gestoras Gávea e Pragma desembarcaram na Droga Raia. Capitalizaram a empresa, viabilizaram seus planos de expansão e mostraram-lhe os caminhos para a adoção de melhores práticas de governança corporativa. A busca por aprimorar suas técnicas de gestão, no entanto, havia começado muito antes. Mais precisamente em 1956, quando a rede de farmácias enfrentou a morte inesperada do seu fundador, João Baptista Raia, que pilotava o negócio há 51 anos.

Os genros de Raia, apesar de inexperientes, assumiram a empresa. Conduziram-na de forma desordenada ao longo de uma década e acumularam prejuízos. A salvação veio quando Arturo Pipponzi, um dos genros, resolveu virar a mesa. Comprou a participação dos demais e começou a tocar sozinho a rede de farmácias, à época com cerca de 20 lojas. Passou os dez anos seguintes reestruturando a Droga Raia. Vendeu algumas unidades, fechou outras, pagou dívidas. Com apenas quatro ou cinco farmácias, recomeçou.

Pipponzi foi o responsável por implementar os primeiros fundamentos de governança da Droga Raia. Criou regras para entrada e permanência da família no negócio, por exemplo. Quando ele faleceu, há cinco anos, a sucessão já estava encaminhada. Um de seus filhos ficou à frente dos negócios. A má experiência do passado havia servido para que se desenvolvesse uma consciência sobre governança. “Esse foi o maior aprendizado”, declara o vice-presidente comercial, Eugênio De Zagottis, bisneto do fundador.

A partir de 2006, a Droga Raia viu uma oportunidade de crescimento acelerado. Procurou formas de se capitalizar, e a primeira delas foi iniciar um , Capital para multiplicar, Capital Abertoprocesso de preparação para abertura de capital. Criou um conselho de administração e profissionalizou a gestão, mas os planos de uma oferta pública de ações foram por terra quando a janela de mercado começou a se fechar. A empresa partiu, então, para a negociação com gestores de investimentos. O acordo foi fechado com Gávea e Pragma, que resolveram compor uma parceria para aportar recursos na Droga Raia.

Com a entrada dos investidores, não só a abertura de novas farmácias continuou intensa, como o faturamento cresceu. Entre 2006 e 2009, a empresa dobrou o número de lojas, passando de 150 para 299. Nos últimos dois anos, também duplicou o faturamento, para R$ 1,6 bilhão. “São gestores com características complementares”, define De Zagottis. Enquanto a Gávea oferece uma experiência robusta na área financeira, a Pragma conhece bem as melhores práticas de governança.

A companhia tem hoje, no primeiro nível de gerência, dois representantes da família — um da terceira e outro da quarta geração. A presença familiar se resume a eles e ao filho de De Zagottis, Marcello, que atua como diretor de vendas. Há, ainda, Antônio Carlos Pipponzi, presidente da empresa. Segundo De Zagottis, há uma clara determinação quanto a privilégios. “O ritmo de trabalho é intenso, e ser da família não dá privilégio a ninguém”, afirma. Além dele, existem outros quatro vice-presidentes, todos profissionais do mercado.

Com dois assentos no conselho de administração, os sócios recém-chegados começaram mudando a forma de funcionamento desse colegiado. Introduziram um conselheiro independente e criaram comitês de apoio nas áreas financeira, operacional e de RH. Eduardo Guardia, sócio da Pragma, ressalta que o fato de a família ser aberta a mudanças foi fundamental. “Se não tem gente do outro lado que entende o valor da governança, não adianta dar murro em ponta de faca. No caso da Droga Raia, isso era muito claro”, destaca.

A família pretende manter-se controladora ou acionista relevante no longo prazo, o que não significa a necessidade de ter familiares à frente dos negócios. “Queremos que os princípios e as filosofias de trabalho existentes hoje permaneçam e sejam perpetuados. Mas não estaremos aqui dentro até o fim dos tempos”, diz o vice-presidente.


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