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Veja o que o mercado espera para dezembro e 2024
Capital Aberto ouviu quatro gestoras sobre os riscos e oportunidades para os próximos meses

O último mês do ano começa nesta sexta-feira na esteira da maior alta mensal da bolsa em três anos, com salto de 12,54% do Ibovespa em novembro. 

É o inverso do cenário do início do ano, marcado por incertezas, inflação persistente, juros altos pelo mundo afora e tombo de 7,16% na bolsa no primeiro trimestre.

Agora, as atenções se voltam ao que esperar para dezembro e começo de 2024.

Perspectivas do mercado

Para  falar sobre oportunidades e riscos que podem vir aí, a Capital Aberto ouviu quatro especialistas: Luiz Eduardo Portella, sócio e gestor da Novus Capital; Anna Reis, economista-chefe e sócia da Gap Asset; Daniel Delabio, sócio fundador e gestor da Exploritas; e Bruno Stuani, head comercial da Plural Gestão.

Na segunda-feira publicaremos os pontos de vista de Delabio e Stuani. Confira abaixo os principais trechos das entrevistas de Portella e Reis:

Novus capital

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Luiz Eduardo Portella, sócio e gestor da Novus Capital

De mal a melhor

“A gente teve aquele primeiro trimestre horroroso, com os ativos piorando bastante no Brasil.  Mas, depois, a aprovação do teto de gastos trouxe previsibilidade para os próximos anos. Isso possibilitou projetar que a dívida [pública] não vai explodir em 2026. 

Agora, estamos entrando em um período mais benigno também no cenário externo. A  inflação americana está mostrando sinais mais positivos e também estamos num processo de desinflação global. Temos os diretores do FED sinalizando que estão satisfeitos, abrindo espaço para começar um ciclo de queda de juros no meio do ano que vem, o que beneficia os países emergentes.”

Dólar e Selic 

“Dentro dos emergentes, a geopolítica favorece o Brasil. O país tem recursos naturais, e teve uma safra forte. Não dependemos de ninguém para ter energia. Outro ponto positivo é que estamos perto dos Estados Unidos. 

A gente tem tudo para atrair investimento. Há a perspectiva positiva para voltarmos a ter juros de um dígito.

Trabalhamos com o cenário de quedas de 0,5  pontos até o patamar de 9,75%. Daria até para chegar a 9% se começar mesmo um ciclo de queda de juros nos EUA no meio de 2024.

Além disso, vamos fechar 2023 com recorde na balança comercial. Então, temos a perspectiva de que o dólar continue caindo.”

Dezembro 

“Novembro foi um mês excelente: forte alta nas bolsas, moeda tranquila, fechamento de juros no mundo todo. Então, tem tudo para, em dezembro, continuarmos nessa toada. Não será com o mesmo modelo de novembro, que foi muito forte, mas temos de tudo para a gente fechar o ano nesse tom positivo.”

Riscos pela frente

“Temos este super El Niño, que já está causando  muita instabilidade no clima e afetando a safra aqui,  o que traz um risco altista para a inflação.” 

“Também estamos olhando a eleição nos Estados Unidos no ano que vem. Esperamos muita volatilidade, porque o governo lá precisa segurar um pouco dos gastos – algo difícil em época eleitoral. Por isso, em algum momento, como há fortes emissões lá, o mercado pode demandar prêmio e os juros voltarem a subir.”

“A situação indica que a gente terá uma recessão em algum momento do ano que vem em países da Europa e nos Estados Unidos, como efeito da alta de juros [de 2023].  E a recessão nos Estados Unidos acaba batendo no Brasil. Nesses casos, com a incerteza em relação às empresas, a bolsa cai. Mas, por outro lado, a recessão ajuda a botar o juros para baixo, o que beneficiaria alguns ativos.”

Luiz Eduardo Portella, sócio e gestor da Novus Capital


Gap Asset

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Anna Reis, economista-chefe e sócia da Gap Asset

Boa surpresa

“Estamos chegando ao fim do ano com crescimento melhor que o esperado, e uma inflação mais baixa que a expectativa inicial. O [relatório] Focus esperava avanço de 0,8% para o PIB, que agora vai fechar perto de perto de 3%. Para a inflação, o mercado tinha mais de 5% e vamos  fechar perto de 4,5%.”  

“Conseguimos navegar bem neste ano, mesmo com as complicações do ponto de vista internacional e dos ruídos provocados pelo vai e volta [do discurso governista] sobre a política fiscal. Desinflacionamos a economia com relativo sucesso,  sem muito sacrifício em termos de desaceleração do PIB ou aumento de desemprego.”

“Casado com isso, o Banco Central conseguiu começar a cortar juros num passo que parece ser uma velocidade de cruzeiro. Outra notícia positiva do ano foi a nossa balança comercial espetacular.”

Fim de ano

“A grande questão está no lado fiscal. Nossa visão é mais otimista, por conta das coisas importantes que Haddad sinalizou, como o compromisso em buscar zerar o déficit e gerar algum superávit primário. Só que para atingir as metas ambiciosas de primário você precisa de muita receita. Pelas nossas contas, são necessários cerca 2 pontos do PIB até 2026 em aumentos de impostos ou revisão de gasto tributário.”

“A pauta de impostos ficou para a última hora, agora na agenda de final de ano. Mas temos indicativo de que as coisas vão andar no Congresso.”

Riscos para 2024

“Se a emenda da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que limita o contingenciamento em 2024 não for acatada, a gente vai ter uma mudança de meta já em março, logo do primeiro ano do arcabouço, o que seria bastante negativo.”

“Do lado da inflação, acho que os riscos estão mais pra cima. Além do El Niño tem a recomposição dos estados das perdas de arrecadação do ICMS durante o governo Bolsonaro. Mas esse seria um impacto de curto prazo.”

Anna Reis, economista-chefe e sócia da Gap Asset

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