A criação e o reforço de requerimentos de informações relacionadas a aspectos ESG nos reportes contábeis das companhias deveriam estar no topo das prioridades do Financial Accounting Standards Board (Fasb). É o que defende o Council of Institucional Ivestors (CII), entidade sem fins lucrativos que representa fundos pensão americanos.
Provocado a contribuir com uma consulta promovida pelo Fasb — órgão independente que trabalha com o estabelecimento de diretrizes contábeis para empresas listadas e fechadas —, o CII chamou a atenção especificamente para os reportes referentes à gestão de capital humano (o desafiador aspecto “S” do ESG) e a ações corporativas contra as mudanças climáticas. Na avaliação do CII, apesar dos avanços recentes nessa agenda, persiste uma importante lacuna nas informações prestadas pelas empresas quanto a esses dois pontos, mesmo que sejam explicações e detalhes apresentados em notas de rodapé nos relatórios de contabilidade.
Desagregação de reportes
A iniciativa de consulta do Fasb parte da percepção de que os investidores exigem atualmente uma desagregação mais intensa dos reportes de ESG. Isso permitiria uma visão mais pormenorizada das atitudes e posicionamentos das companhias, e não simplesmente um panorama geral desses aspectos nas operações. O detalhamento de informações como custos de vendas e despesas administrativas e relacionadas ao capital humano também ajudaria o investidor a tomar decisões mais acertadas. Nessa perspectiva, o investimento das empresas na apresentação desses dados seria muito menor que os benefícios que o disclosure pode gerar.
O próprio Fasb já havia tornado pública sua avaliação quanto à inadequação das informações que têm sido divulgadas pelas companhias no que concerne a riscos climáticos para as operações. Essa deficiência prejudica os investidores à medida que não deixa claro o valor justo da empresa, as estimativas de eventuais perdas futuras e, consequentemente, impede um valuation adequado.
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