A inusitada notícia de que a cantora Anitta se tornaria membro do conselho de administração do Nubank foi recebida com certa curiosidade no mercado de capitais. À parte a peculiaridade da indicação, o movimento do banco digital faz parte de um experimento de diversidade, uma tendência em voga no mundo. A fatia de conselheiros com currículos não tradicionais — sem experiência em cargos de CEO, CFO e COO, por exemplo — aumentou de 13% em 2019 para 18,9% em 2021, de acordo com relatório da consultoria Diligent. Foram analisados dados de companhias de Reino Unido, Estados Unidos e Austrália.
“A pressão global para que companhias intensifiquem a diversidade étnica e de gênero nos conselhos pode ter, de forma não intencional, impactado o conjunto de habilidades de seus membros”, escrevem os autores do levantamento. O relatório leva em consideração empresas de setores como tecnologia, marketing, vendas, recursos humanos e com recorte ESG. Nos três países citados, o percentual de conselheiros com vivências tradicionais caiu, em média, de 59,4% em 2019 para 56% em 2021. O maior recuo foi registrado na Austrália.
Mulheres no conselho
Entre os novos conselheiros que oferecem maior diversidade de formação para os boards predominam integrantes do sexo feminino. “Poucas mulheres e minorias étnicas ocuparam no passado cargos de CEOs, CFOs ou COOs em grandes empresas listadas em bolsa. À medida que essas empresas recrutam e nomeiam mulheres e minorias étnicas para seus conselhos, elas também estão incorporando pessoas com experiências profissionais não tradicionais”, afirma o estudo.
Segundo a Diligent, em 2021, as mulheres representam a maioria de novos membros de conselho com experiência em tecnologia e recursos humanos. Quando se trata de background em ESG, a participação atingiu 84% neste ano — um incremento de 20% em relação a 2016. A exceção ficou por conta de empresas do setores de vendas e da área jurídica, nas quais a diversidade de formação foi mais comum em membros do sexo masculino.
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