Um estudo lançado recentemente pela pesquisadora Lily Xiaoli Qiu, da Universidade de Brown, concluiu que, dentre as diversas modalidades de investidores institucionais, apenas os grandes fundos de pensão públicos (fundos estaduais como o Calpers) — que hoje detêm cerca de 8% do mercado de ações nos Estados Unidos — parecem ser monitores eficazes das empresas nas suas decisões de aquisições.

A autora se valeu de diversas pesquisas anteriores para classificar as aquisições em dois tipos: 1) aquisições “ruins”, com maior probabilidade de destruírem valor, realizadas por empresas com excesso de caixa e poucas oportunidades de investimento, ou por aquelas que procuram “comprar crescimento” a fim de satisfazer suas metas de expansão; e 2) aquisições “boas”, que seriam aquelas não inclusas no primeiro grupo.

Na seqüência, a pesquisadora avaliou 2.022 eventos de fusões e aquisições de 1993 a 2000 nos Estados Unidos. Como resultado principal, apontou que para cada 1% de aumento na participação acionária dos fundos de pensão ocorre uma redução de 2% a 8% na freqüência de aquisições destruidoras de valor. Além disso, a presença dos fundos de pensão como acionistas melhora o desempenho de longo prazo dessas empresas. Assim, cada 1% de aumento na participação de grandes fundos de pensão públicos se mostrou associado a um retorno adicional de 0,4% a 3,0% nos doze meses subseqüentes à operação — acima do que seria esperado para a empresa.

Todos os outros investidores institucionais analisados (fundos de pensão privados, fundos mútuos, companhias de seguro e bancos) apresentaram impacto nulo ou até mesmo negativo sobre a freqüência das aquisições destruidoras de valor.

Os resultados para os fundos mútuos (fundos de investimento) se mostraram associados com uma maior freqüência de aquisições — mas justamente nas operações “ruins”, que resultam numa redução anormal do preço das ações de até 1% nos doze meses subseqüentes.