Em 12 de agosto, o presidente da Coreia do Sul Lee Myng-bak tomou uma decisão controversa: perdoou 74 altos executivos condenados pertencentes aos Chaebols, grandes conglomerados econômicos que controlam a atividade econômica do país. Dentre os perdoados destacam-se o presidente do conselho de administração e controlador da Hyundai Motor, Chung-Mong-koo; o presidente do conselho da SK Energy, Chey Tae-won; e o presidente do conselho do Hanwha Group, Kim Seung-youn. Eles haviam sido condenados, respectivamente, por crimes de fraude, desvio de recursos e agressão física.
Segundo o jornal Korea Times, o porta-voz do presidente afirmou que a decisão foi tomada visando a encorajar a comunidade de negócios a dobrar seus esforços para reavivar a economia. Grupos da sociedade civil e os partidos de oposição criticaram duramente a medida, acusando o presidente do país de “abusar” de sua autoridade para concessão de anistias com propósitos políticos. Um aspecto que serviu para aumentar os protestos é o fato de o presidente Lee ter atuado anteriormente como CEO da Hyundai Engineering & Construction, sendo o primeiro ex-CEO de uma grande empresa a se tornar presidente do país. Em outras palavras, ele optou por conceder um perdão ao seu ex-chefe Chung-Mong-koo, que havia sido condenado por desviar mais de US$ 90 milhões da Hyundai por meio de contas fantasmas. De acordo com o porta-voz oficial, o presidente Lee pretende desculpar apenas os executivos que cometeram crimes antes de seu governo, afirmando que “não irá perdoar executivos que cometam crimes ou sejam acusados após o início de seu governo”.
As associações de negócio do país saudaram a decisão do presidente. De acordo com o Korea Times, a Federação das Indústrias da Coréia afirmou que “o perdão especial é bem-vindo e que os homens de negócio irão fazer todos os esforços para criarem mais empregos e aumentarem os investimentos para a aceleração do crescimento econômico”. A Câmara de Comércio da Coréia, inacreditavelmente, chegou a afirmar que “o perdão especial irá acelerar a transparência da governança corporativa e a ética na alta gestão”. De acordo com a revista The Economist, o índice de aprovação do presidente está abaixo dos 20%, e parece que o perdão de figurões do mundo dos negócios não vai ajudá-lo a aumentar este número.
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