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Piora global leva dólar a R$ 5,12
A demora do corte de juros americanos, preço do petróleo e a busca por ativos mais seguros explicam parte do movimento de alta do dólar
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O dólar americano teve uma alta expressiva nesta sexta-feira (12) terminando o dia negociado a R$ 5,12. Mesmo com uma valorização expressiva de 0,61%, ao longo do dia a cotação chegou a R$ 5,14. O movimento de valorização da moeda frente ao real se explica não apenas por fatores domésticos, mas também por fatores como alta do petróleo, por conflitos no Oriente Médio, e dados cada vez mais fortes da economia americana que reduzem chances de corte no juro do país.

Para Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, o cenário desta sexta-feira foi uma sessão clássica de maior abertura ao risco. “Com os ativos em desempenhos negativos, inclusive a bolsa brasileira, há uma busca por segurança. A alta do dólar acompanha a maior força lá fora”, diz.

Vários fatores explicam a alta da moeda frente ao real, porém o mais importante é a mudança das expectativas para a trajetória dos juros nos Estados Unidos, de acordo com Leonel Oliveira Mattos, analista de Inteligência de Mercado, especializado em câmbio da Stone X. “Essas expectativas têm sido revisadas e ajustadas, em um sentido de mostrar que os juros dos EUA vão ficar mais altos por um tempo, um nível de aperto monetário mais forte”, afirma. “Os títulos denominados em dólar são considerados extremamente seguros, um porto seguro para os investidores em momentos de estresse.”

Em relação aos problemas geopolíticos, o petróleo dá as caras. Fruto da escalada das tensões no Oriente Médio, o preço do barril Brent está em quase U$ 91. A ameaça da invasão do Irã a Israel foi determinante para desencadear esta busca por um ambiente tranquilo. “Os agentes quando estão assustados ou percebem um risco muito elevado buscam ativos mais seguros e o dólar se destaca por conta da sua taxa de juros. Mas, por outro lado, como o Brasil exporta petróleo e o dólar mais alto acaba tendo um efeito positivo para as divisas, o contexto geral de aversão ao risco prejudica a busca por moedas de países emergentes como o real”, diz Mattos. 

No caso brasileiro, diz o analista, os cortes de meio ponto percentual na taxa básica de juros Selic realizados desde agosto pelo Comitê de Política Monetária (Copom), diminuem o diferencial de juros frente às outras economias. “O nosso Copom tem mostrado um certo grau de conforto em manter essa estratégia de cortes de meio ponto percentual na Selic, o que vai diminuindo progressivamente o nosso diferencial de juros”, afirma o executivo da Stone X. “Depois da leitura do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, o dólar futuro teve uma elevação significativa, mas não só isso que impulsionou a expectativa da moeda”, diz Mattos acrescentando fatores com tensão geopolítica no Oriente Médio e a possível mudança de meta fiscal do governo.

Sobre o comportamento do dólar futuro, Sandro Francioli, gestor de negócios da Ourominas, comenta o forte movimento de alta e o risco de o Banco Central retornar ao mercado. “Dólar futuro abriu seu primeiro negócio com alta de 0,60% permanecendo durante o dia, atingindo 0,63% de alta. Este movimento acabou levando a uma forte aversão a risco global”, enfatiza. Depois de um ano fora do mercado, o BC vendeu contratos de swaps no início do mês. “Se o dólar se mantiver nesse patamar elevado, é bem provável que o BC volte a atuar no mercado.”


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