Apesar dos esforços recentes para se padronizar o framework de relatórios ESG, as companhias abertas não acreditam que os responsáveis por criar esses parâmetros são capazes de fornecer métricas consistentes e compreensíveis. De acordo com um relatório do Centro para a Competitividade do Mercado de Capitais (CCMC) da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, metade das empresas listadas em bolsas americanas diz que os parâmetros ESG de terceiros são de difícil compreensão, abordam informações intangíveis e carecem de transparência.
A pesquisa também mostra que 41% das companhias abertas no país não se baseiam em nenhum framework desenvolvido por agentes do mercado ao criarem seus relatórios ESG e de riscos climáticos. E, entre as empresas que utilizam um ou mais frameworks, há pouca convergência — cerca de 44% seguem o padrão estabelecido pelo Sustainability Accounting Standards Board (SASB), 31% pela Global Reporting Initiative, 29% pela Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD) e 24% pelo Carbon Disclosure Project (CDP). As empresas também utilizam parâmetros criados por organizações setoriais, como o framework de sustentabilidade desenvolvido pelo Edison Electric Institute.
Novo relatório da SEC
Desde abril, a Securities and Exchange Commission (SEC) recebe comentários de participantes do mercado de capitais sobre como deveriam ser as exigências de disclosure para assuntos relacionados ao clima. Neste mês, o presidente da SEC, Gary Gensler, solicitou ao órgão regulador uma proposta para um relatório obrigatório de riscos climáticos, que deve ser apresentado ao mercado americano até o fim de 2021.
O levantamento da CCMC revela que, se a SEC decidir, de fato, adotar um novo relatório, 84% das companhias americanas concordam que ele deve refletir as particularidades de cada indústria — uma tarefa difícil para qualquer regulador. Em outros pontos da discussão, o mercado tem visões divergentes. Quase metade das empresas (43%) acredita que o regulador deveria adotar uma abordagem de “pratique ou explique”, enquanto 33% se opõem. Quando se trata da criação de um framework para o relatório pela própria SEC, apenas 24% apoiam a ideia, enquanto 48% acreditam que o regulador deveria designar um grupo ou instituição externa para criar um ou mais frameworks.
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