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A caixa-preta das empresas de rating ESG
Falta de transparência em processos de avaliação e de coleta de dados preocupa reguladores globais

Apesar de sua crescente influência sobre as decisões de alocação de recursos mundo afora, as empresas que calculam ratings e avaliam dados corporativos relacionados ao recorte ESG (questões ambientais, sociais e de governança) em geral não estão sob regulamentação específica. Essa ausência de acompanhamento de reguladores tende a ameaçar a transparência dos métodos de análise das informações, além de representar uma cobertura desigual de setores e países e abrigar potenciais conflitos de interesses. Essa é a conclusão da Organização Internacional de Valores Mobiliários (Iosco, na sigla em inglês), que agrupa os reguladores de mercado de 129 jurisdições, incluindo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Interessada em mudar esse cenário, a entidade anunciou a abertura de uma audiência pública com o objetivo de abrir a caixa-preta das empresas de rating ESG, sugerindo uma supervisão formal de um setor que hoje ajuda a canalizar trilhões de dólares para ativos ESG-friendly. 

“A quantidade de investimentos ESG e de produtos financeiros relacionados à ideia de sustentabilidade tem aumentado significativamente nos últimos anos. Essa realidade acentua alguns desafios cruciais, como a preocupação com o greenwashing, a consistência e a comparabilidade das informações”, ressalta Ashley Alder, presidente do conselho da Iosco e CEO da Securities and Futures Commission de Hong Kong. “Esse relatório expõe a opinião da Iosco sobre as expectativas regulatórias e de supervisão necessárias para apoiar os gestores de recursos na abordagem desses desafios”, acrescenta. 

Recomendações da Iosco 

O documento observa que, no contexto global, gestores de fundos centrados em ESG usam os serviços de cerca de 160 empresas de rating para selecionar ações e títulos de dívidas. A Iosco manifesta receios acerca da proteção aos investidores, à medida que os gestores de recursos não costumam conduzir qualquer due diligence sobre as classificações e as bases de dados — algo que a organização acredita ser necessário mudar. 

“As agências de rating e de dados ESG poderiam considerar a possibilidade de fazer dos elevados níveis de divulgação pública e de transparência um objetivo, incluindo suas metodologias e processos”, diz o whitepaper divulgado pela Iosco. A organização também sugere que as empresas de rating ESG mantenham registros internos para apoiar suas classificações e ofereçam garantias de que as avaliações que apresentam são livres de conflitos de interesses e de pressões políticas ou econômicas. 

Ao recomendar que as comissões de valores mobiliários considerem regulamentar formalmente o setor, a Iosco faz eco a movimentos semelhantes relacionados às agências de rating de crédito após a crise financeira global de 2008. Naquele período, as agências suscitaram desconfiança por terem atribuído altas notas para ativos cuja consistência caiu por terra com a quebra sucessiva de bancos. 

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