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Três novos modelos mentais para lideranças de vanguarda
O maior desafio de quem lidera empresas não é técnico, é de visão de mundo
Três novos modelos mentais para lideranças de vanguarda
Três novos modelos mentais são essenciais: pensamento sistêmico sobre a empresa, expectativa positiva sobre as pessoas e crença genuína de que a razão de ser de uma empresa é perseguir um propósito maior | Imagem: freepik

A grande maioria das pessoas concorda que precisamos construir empresas humanizadas, com propósito, orientadas à criação de valor para todos os seus públicos e com ênfase na sua resiliência a longo prazo. Essa aspiração nobre não é apenas um imperativo ético. Trata-se de uma perspectiva inteligente para criar organizações de sucesso em um mundo extremamente volátil em que as empresas precisam ser parte da solução de nossos desafios coletivos.  

Avançar rumo a esse ideal elevado parece simples, mas exige uma enorme mudança de paradigma de muitas lideranças. 

Três novos modelos mentais são essenciais: pensamento sistêmico sobre a empresa, expectativa positiva sobre as pessoas e crença genuína de que a razão de ser de uma empresa é perseguir um propósito maior. 

Pensamento sistêmico 

A primeira mudança de paradigma é evoluir de uma mentalidade do complicado para o complexo.  

Uma empresa, assim como todos os sistemas biológicos e sociais, é um sistema complexo. Ela é uma comunidade humana a ser orientada e moldada continuamente com a finalidade de criar valor sustentável para todos os seus públicos. Uma empresa não é uma máquina complicada para a qual se deve achar uma “solução” a fim de maximizar o resultado para os acionistas. 

É por isso que lideranças com uma mentalidade sistêmica visualizam suas empresas como sistemas vivos, não como um sistema mecânico. Elas sabem que não é possível planejar e controlar os resultados por meio de planos rígidos, nem controlar os comportamentos e as decisões diárias por meio de regras, políticas e processos detalhados. 

Essas lideranças compreendem que o desempenho de uma empresa é sobretudo consequência de sua cultura, orientação para propósito e autorregulação entre seus membros. Por isso, sabem que seu papel é criar as condições certas para que as próprias pessoas encontrem maneiras de trabalhar com excelência de modo a alcançar os objetivos da organização. 

Visão positiva sobre as pessoas 

A segunda mudança de modelo mental é passar a ter uma expectativa positiva sobre as pessoas. A empresa típica do século 20 partia de uma premissa extremamente negativa sobre o ser humano. Isto é, que as pessoas são pouco confiáveis eticamente, incapazes de decidir e preguiçosas para trabalhar. 

Uma consequência dessa mentalidade é a utilização de uma parafernália de cenouras e chicotes atualmente. A dura realidade é que, na maioria das empresas, os empregados ainda são vistos como crianças inconsequentes que devem ser monitoradas o tempo todo em vez de adultos responsáveis capazes de serem protagonistas de sua atuação.  


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A natureza do trabalho do século 21 — que envolve criatividade, inovação, construção de relacionamentos, colaboração e empatia — exige que despertemos o melhor do ser humano. O máximo de seu potencial. 

Para isso, é essencial esperar o melhor das pessoas em relação à sua ética, capacidade decisória e automotivação. Inúmeras evidências mostram que a esmagadora maioria das pessoas quer fazer a coisa certa e responde muito positivamente quando suas lideranças transmitem confiança, bom exemplo e humanidade. 

Propósito maior 

A terceira mudança de modelo mental é, de fato, acreditar que a empresa existe não apenas para fazer dinheiro, mas para contribuir para uma causa justa alinhada ao bem comum. 

Nada contra o resultado financeiro, mas a ideia aqui é que o lucro não seja o final da história. A ideia é que ele seja uma maneira de financiar a causa da empresa e, assim, aumentar seu impacto positivo na sociedade. 

Parece simples, já que todos estão falando de propósito hoje em dia. A verdade, contudo, é que ainda temos uma minoria das lideranças que realmente acredita que o objetivo final de suas empresas é maximizar o propósito em vez dos lucros. 

Evoluir para esses três novos modelos mentais é um grande desafio. Em particular, para as lideranças formadas no paradigma mecanicista do século 20. 

O prêmio para aqueles que conseguirem realizar essa travessia mental será enorme. Essas lideranças estarão prontas para liderar organizações de excelência no século 21. 


Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira é fundador da Virtuous Company Consultoria e autor de Empresiliente! Prosperando em um Mundo de IncertezasÉtica Empresarial na Prática: Soluções para a Gestão e Governança no Século XXI Governança Corporativa: O Essencial para Líderes. O articulista agradece a Angela Donaggio pelos comentários e sugestões.  

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