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Como alcançar a inovação na gestão de investimentos
É tempo de mais gestoras nacionais insistirem na regeneração das empresas e em transformações que resolvam problemas aqui e agora
Sustentabilidade: hora de mudar papel da indústria de investimento
Daniel Izzo, sócio-cofundador da Vox Capital | Ilustração: Julia Padula

Nosso dia a dia é cheio de incertezas, e os investimentos entram na nossa vida como um meio para acumular patrimônio e garantir um futuro mais estável. Esse futuro se torna ainda mais desejável se tivermos metodologias de gestão financeira inovadoras que analisam se a performance das empresas está associada à geração de impacto positivo para as pessoas e o planeta. Hoje estamos acostumados com ‘mitigação de risco’, mas podemos ir muito além. 


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E para traçar essas novas metodologias, existem boas práticas e referências? Por onde começar, sabendo que o Brasil tem um universo limitado de empresas com acesso ao mercado de capitais? Vamos por partes.

1. Mapeamento: setores econômicos relevantes para melhorias socioambientais

A Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU são uma diretriz global que busca integrar sociedade civil, o poder público e o setor privado em prol de uma economia mais pujante, uma sociedade menos desigual e um planeta mais saudável. Logo, uma gestora de investimentos que se proponha a estar na fronteira da inovação precisa saber quais são as atividades econômicas que mais contribuem com esse desenvolvimento. 

Entre os poucos estudos que relacionam desafios e setores econômicos, os materiais do World Benchmarking Alliance são os mais robustos e vão além das diretrizes gerais do Global Impact Investing Network (GIIN). Com base na Agenda 2030 e em estudos sobre sistemas de transformação, eles chegaram nas indústrias mais relevantes para a geração de impacto positivo — inclusive, a polêmica indústria de óleo e gás e as atividades que mais endereçam transformações. Os estudos favorecem assim o entendimento sobre ‘o que move ponteiro’ nos negócios rumo à Agenda 2030.

2. Seleção: empresas com receita atrelada aos 17 ODS

O próximo passo é levantar as empresas com receita vinda de produtos e serviços que contribuem com os Objetivos. E, a partir daí, analisar a performance financeira, o rating de crédito, etc. De fato, nessa etapa, o universo de empresas brasileiras ainda é pequeno e, por isso, é preciso equilibrar a intensidade de impacto com o perfil de risco, retorno e liquidez. Em paralelo, nós investidores também devemos convocar mais empresas a ir além de iniciativas de mitigação de risco, posicionamentos ou projetos de responsabilidade social. 

A Agenda 2030 é uma diretriz global que deve nortear novas regulações, iniciativas públicas e privadas. O mais esperto por parte dos investidores e das grandes companhias é ter alocações e negócios atrelados a essa Agenda. Dessa forma, nós, gestores de investimentos, precisamos ser mais firmes nos desenhos de metodologia e insistentes com companhias que se posicionam como inovadoras, sustentáveis ou responsáveis: elas estão dispostas a regenerar? Ou se contentam com as práticas de mitigação de risco?

3. Monitoramento: análise de boas práticas

Depois da seleção atrelada à contribuição com os ODS e a performance financeira é preciso acompanhar como as empresas tocam suas operações no dia a dia. As condutas são éticas? Há boas práticas ESG? Como elas se relacionam aos dados financeiros da companhia? Essa é a tal “análise de controvérsia”, que é complementar ao acompanhamento diário que gestoras em geral fazem ao monitorar os movimentos e fatos que impactam as finanças das empresas.

Uma gestão inovadora de verdade, portanto, olha além da mitigação de risco e do potencial de retorno. Ela olha também como essas frentes se relacionam com a geração de impacto positivo. E se o time de gestão se deparar com incoerências, cabe honrar o dever fiduciário — ou seja, estamos falando aqui do futuro dos investidores. E acionar o profissional de relações com investidores (RI), dialogar e questionar a conduta. Se for o caso, com a devida cautela em relação a preço e rentabilidade, zerar a posição na companhia.

É tempo de mais gestoras nacionais insistirem na tese de regeneração e em transformações que resolvem problemas existentes aqui e agora. O ESG e a tese de mitigação de danos e transição importam, mas não podemos parar por aí. Precisamos aumentar os esforços de regeneração, para irmos muito além do ESG “tradicional”. É tempo de inovarmos para colocar a contribuição com uma agenda global positiva, os ODS, em nossas metodologias e fatores de análise. O caminho já está dado.

*Daniel Izzo é fundador da gestora de investimento de impacto Vox Capital.

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