Era da disrupção requer conhecimentos específicos
Transformações impulsionadas pela tecnologia acabam com empregos, mas criam oportunidades que exigem raciocínio científico
Era da disrupção requer conhecimentos específicos

Ilustração: Rodrigo Auada

O século 21 tem testemunhado, talvez, as mais radicais mudanças nos conceitos de negócios que atingiram a humanidade desde a Revolução Industrial. A tecnologia tem alterado profundamente a fisionomia de empresas e empregos.

A Amazon é a maior rede varejista do mundo, mesmo sem ter qualquer loja de rua ou em shoppings. A Uber representa a mais extensa frota de transportes do globo terrestre e não é proprietária de nenhum veículo. Por sua vez, o Airbnb é a maior imobiliária do planeta — e não detém sequer um imóvel.

Dias atrás tive a oportunidade de assistir pela internet a um filme que descreve o funcionamento de uma fábrica processadora de carne de carneiro. Desde o abate, passando pelo desmonte das carcaças, pela seleção e embalagem dos diversos cortes, tudo é feito por máquinas automaticamente. Não existe qualquer intervenção humana.

Essas transformações são desencadeadas pelas tecnologias disruptivas, aquelas que rompem os costumes e introduzem novos hábitos, mais vantajosos do ponto de vista econômico. Acaba-se com empregos, principalmente os que envolvem mão de obra menos qualificada. Em compensação, surgem novas oportunidades. A logística é fundamental para as atividades da Amazon, e ela gera muito trabalho de razoável qualidade. A Uber e o Airbnb proporcionam rendas adicionais aos proprietários de veículos e imóveis não utilizados.

No entanto, os empregos perdidos na processadora de carne de carneiro do documentário não serão recuperados com facilidade. As novas tecnologias exigem qualificações mais apuradas. Isso explica em boa parte a renitência do desemprego elevado no Brasil. Nosso nível educacional é precário desde a base. E a ênfase universitária em ciências humanas não responde às demandas desta nova sociedade — que são, sobretudo, tecnológicas e científicas.

O Brasil está perdendo a guerra do conhecimento. Nela não se combate a golpes de ferramentas tão antiquadas como a foice e o martelo. Nem tampouco com retórica bacharelesca que, desde sempre, permeia nossa cultura. Na educação devem prevalecer doses massivas de física, química, matemática e demais matérias lógicas que induzam o educando a raciocinar cientificamente.


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