A empresa de cabotagem (navegação entre portos de um mesmo país) Log-In enfrentou em 2014 as agruras de um setor que ainda tenta se estabelecer no Brasil. Mesmo com a demanda doméstica subindo ao longo do ano, o resultado da companhia foi afetado por uma série de fatores atípicos, como o problema com um fornecedor, a quebra de um navio e a greve de funcionários nos portos onde opera. Combinadas com a alta nos custos de operação e o impacto cambial na dívida da empresa, essas questões levaram a um prejuízo de R$ 19,8 milhões entre janeiro e setembro. Os papel sofreu: nos seis meses encerrados em 22 de janeiro, acumulou queda de 38,9%.
O principal contratempo foi a paralisação, entre junho e agosto, do estaleiro Eisa, para quem a companhia encomendou sete de seus navios. O hiato nas atividades, decorrente de problemas financeiros, significou um atraso de seis meses a um ano no cronograma de entrega. Além disso, a Log-In precisou realizar em novembro um aditivo ao contrato original, no valor de R$ 74,5 milhões, para concluir os projetos.
No início de 2014, a empresa já havia passado por dificuldades com uma de suas embarcações. Uma falha mecânica no motor tirou a RR Europa de operação por 25 dias, impactando o resultado no segundo e no terceiro trimestres. “Há diversos riscos intrínsecos que tornam difícil apostar neste segmento hoje”, diz Felipe Silveira, analista da Coinvalores.
Boa notícia é o interesse crescente das companhias brasileiras pelo transporte interno. De acordo com o Instituto de Logística e Supply Chain, isso faz o setor crescer em média 20% ao ano. A tendência tem efeitos diretos para a Log-In, que no terceiro trimestre registrou volume recorde transportado por cabotagem. A empresa vem se preparando com investimentos em frota e aumento de calado (profundidade do canal de navegação próximo ao porto), relatam analistas.
Mas a modalidade — responsável por 10% de toda a carga movimentada no País — ainda enfrenta empecilhos que podem atrapalhar esses planos. A burocracia, decorrente da falta de integração com outros tipos de transporte, é um deles. Segundo estimativas, a liberação de uma carga conduzida por navios de cabotagem demanda o triplo de documentos em comparação ao mesmo procedimento para um caminhão. “O esforço da Log-In em fortalecer terminais intermodais [onde a burocracia é reduzida] pode significar uma vantagem nesse contexto”, considera Elad Revi, analista da Spinelli.
A escolha das companhias para esta seção é feita a partir de um levantamento da Economática com a oscilação e o volume negociado mensalmente por ações que possuem giro mínimo de R$ 1 milhão por dia. A partir daí, são escolhidas aquelas que se destacam pelas variações positivas e negativas nos últimos seis meses.
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