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BM&FBovespa exibe datacenter e manda recado para concorrentes
18/03/2014
, BM&FBovespa exibe datacenter e manda recado para concorrentes, Capital Aberto

Edemir Pinto em visita às instalações do novo datacenter da BM&FBovespa

O novo datacenter da BM&FBovespa, que vai concentrar servidores e operações da bolsa de valores, de corretoras e de clientes, está pronto para receber os equipamentos atualmente espalhados em cinco locais do centro de São Paulo (três próprios, dois alugados). A migração será feita aos poucos. O Puma, plataforma de processamento de negociações, que é o coração das atividades do pregão, deve começar a operar no novo prédio até o fim do ano que vem.

A Bolsa paulistana fez questão de levar uma equipe de jornalistas até Santana do Parnaíba, cidade a cerca de 40 quilômetros de São Paulo, para mostrar o espaço e explicar suas vantagens. São 3 mil metros quadrados equipados com geradores de energia e refrigeradores robustos. Os engenheiros responsáveis garantem que o sistema é praticamente à prova de falha: as estruturas são duplicadas, de modo a continuar operando caso haja algum problema. Além disso, um dos atuais datacenters do Centro servirá de becape, em caso de contingência muito grave, como um incêndio de grandes proporções.

Os high frequency traders, que operam com algoritmos de alta frequência e dependem de rapidez na realização das operações, serão particularmente beneficiados. Hoje, 120 metros de cabos de fibra ótica separam o local onde os servidores desses clientes ficam do centro de operações da bolsa. Agora, serão menos de 20 metros, o que diminuirá o tempo de latência e permitirá operações mais rápidas.

O desejo, ao mostrar a nova sede dos equipamentos, não é apenas dar satisfações sobre os R$ 200 milhões investidos nela. É também um recado claro aos seus clientes e às bolsas estrangeiras que pensam em se estabelecer no Brasil. Atualmente, duas têm interesse: a ATS Brazil entrou em junho do ano passado com pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para lançar uma bolsa de valores no país; a BATS e a Direct Edge, que se fundiram em agosto de 2013, dizem pretender o mesmo.

A BM&FBovespa buscou deixar claro que, ao menos no médio prazo, será difícil, demorado e um pouco caro competir com ela em termos de tecnologia e segurança. “As corretoras vão poder se conectar com quem quiserem”, disse Edemir Pinto, diretor-presidente da BM&FBovespa, contemporizando durante a entrevista coletiva. Nos corredores do novo prédio, entretanto, ao ser perguntado sobre os concorrentes, ele foi menos sisudo. “Eles não têm um datacenter desses, têm?”


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