Desde ontem não se fala em outra coisa. O Facebook comprou o WhatsApp, aplicativo que permite a troca de mensagens através de smartphones, por US$ 16 bilhões. O valor total do negócio pode chegar a US$ 19 bilhões se contabilizadas as opções de ações.
O que nem todo mundo reparou é que a notícia se alastrou a partir de um post no próprio Facebook. Por volta das 19h (14h em Palo Alto, sede da companhia, nos Estados Unidos), Mark Zuckerberg, fundador e CEO da rede social, publicou a notícia em sua página pessoal. Dizendo-se animado com a aquisição, garantiu que o aplicativo seguirá independente da rede social e que seu fundador, Jan Koum, terá um assento no conselho de administração do Facebook.
A notícia ganhou o mundo. Em meia hora, foram mais de 100 mil curtidas e 27,5 mil compartilhamentos. Isso sem levar em conta todas as matérias jornalísticas e postagens individuais que foram feitas a partir do post. Hoje, por volta das 11h, a mensagem de Zuckerberg acumulava 410 mil curtidas e mais de 100 mil compartilhamentos.
Surpreendente, não? A Securities and Exchange Commission (SEC) permite que fatos relevantes de companhias abertas americanas sejam veiculados nas redes sociais. A concessão foi dada em 2012, depois que Reed Hastings, CEO da Netflix, informou em sua página na rede social, que o serviço da empresa havia ultrapassado a marca mensal de 1 bilhão de horas pela primeira vez. As ações reagiram à boa notícia e a SEC também, chegando a abrir uma investigação contra Hastings, afinal, ele publicou uma informação relevante ali antes de usar os meios tradicionais – o site da companhia e a própria SEC.
Desde então, a SEC redefiniu suas regras de divulgação e incluiu as redes sociais. Esses veículos podem ser canais oficiais de publicação de fato relevante, desde que a empresa deixe isso claro em sua página de relações com investidores.
Ainda que seja dado um desconto para a popularidade de Zuckerberg, que tem 24,8 milhões de seguidores (inclusive a jornalista aqui), o poder de difusão de uma informação pelas mídias digitais mostrou-se imbatível. A página de Zuckerberg no Facebook não está listada como canal oficial no site de RI da companhia, mas ele não fez nada de irregular: um minuto antes de publicar seu post, ele havia colocado a informação na página da SEC.
Por aqui, as redes podem ser usadas, desde que a informação já tenha sido transmitida pelos meios oficiais. A nossa primeira prova de fogo rumo à adesão à internet será neste ano. A CVM acaba de permitir que as companhias divulguem fatos relevantes exclusivamente em portais de notícias. Dos sites jornalísticos para o Facebook, será um passo. Ou melhor, um clique.
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