A Securities and Exchange Commission (SEC) admitiu que demorou a reconhecer o problema das agências de rating, antes da crise do subprime, e recomendou uma série de reformas na regulação do tema. A agência fez seu mea-culpa em relatório divulgado em 28 de agosto, produzido por sua auditoria interna. Depois que o estouro da crise financeira levantou questionamentos sobre as agências de rating do país, a SEC decidiu conduzir esse estudo. As gigantes Moody’s, Fitch e Standard and Poor’s foram muito criticadas por distribuir boas notas aos títulos subprime.
A SEC recebia sugestões para criar uma regulação específica para as agências de rating desde 1994, mas a ideia só decolou em 2006, quando surgiu o Rating Agency Act. Além da morosidade, o relatório revelou que a SEC não cumpriu regras já existentes. Como exemplo, citou o caso de uma agência de rating que ganhou do regulador o título de “nationally recognized statistical rating organization”, uma espécie de selo de qualidade, mesmo com diversos problemas de transparência nas informações fornecidas.
Dentre as mudanças sugeridas pelos auditores, está a de restringir o trabalho de consultoria que essas agências prestam a companhias analisadas, apontado como fonte de conflitos de interesse. O relatório sugere melhoras no disclosure das metodologias utilizadas no rating e um sistema de rodízio entre os analistas, para reduzir a possibilidade de o profissional não rebaixar uma empresa por causa do bom relacionamento que mantém com ela.