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O preço da discórdia
Pela primeira vez, estudo quantifica perdas causadas pela divulgação midiática de brigas acionárias

A desconfiança de que conflitos entre controladores e minoritários geram perda de valor de mercado de companhias chegou ao fim. O estudo What are the costs of conflicts between controlling and minority shareholders in a concentrated ownership environment?, dos professores Alexandre Di Miceli e Armando Lopes Dias Junior, confirma que as disputas entre os acionistas são uma das formas mais eficientes de perder dinheiro, algo como 12% da empresa em 15 dias. Essa é a média de depreciação de 21 companhias que tiveram seus conflitos veiculados na mídia entre 2001 e 2007.

Somados, seus acionistas perderam US$ 7,8 bilhões em, basicamente, três tipos de embates. As decisões de fusões, aquisições e fechamento de capital; a eleição de representantes no conselho de administração; e as escolhas gerenciais foram as categorias destacadas pelos professores na pesquisa. “Resumindo: são as deliberações que fazem o controlador aumentar seu poder e/ou seus ganhos em detrimento dos minoritários”, explica Di Miceli, colega de Dias Junior no corpo docente da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP).

Um dos seis casos dissecados no estudo serve de exemplo de como os conflitos podem ser desastrosos para ambas as partes. Em 2006, a família que controla a siderúrgica Gerdau resolveu aumentar, em 16 vezes, os royalties que recebia da companhia pelo uso do nome. De US$ 2 milhões por ano, os gastos saltariam para US$ 32 milhões. O mercado reclamou e, mesmo com o controlador voltando atrás, a ação despencou 9% em duas semanas. Dona de 75% da companhia, a família Gerdau perdeu, aproximadamente, US$ 750 milhões com a manobra.

“Claramente, tomar uma decisão que desagrada os minoritários destrói valor”, aponta Di Miceli, para quem o estudo tem o resultado colateral de destacar o papel da mídia na defesa da governança corporativa. Segundo o professor, o nível de independência e de especialização da imprensa focada em finanças no Brasil permitiu que os conflitos fossem bem divulgados e interpretados pelo mercado, que entendeu as situações como negativas. “A mídia age muito bem ao difundir conceitos caros à governança.” Há 20 anos, acredita Di Miceli, a repercussão não teria sido tão forte. Nem os estragos.


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