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Mais verdes
Preocupação com emissão de gases de efeito estufa evolui entre as companhias do iBrX

, Mais verdes, Capital AbertoAs empresas brasileiras aprimoraram suas práticas de responsabilidade ambiental em relação a 2011, como mostra o estudo CDP Investor Brasil 2012, aplicado pela ONG Carbon Disclosure Project (CDP) a 80 companhias listadas no índice iBrX da BM&FBovespa. De acordo com os dados, 83% das organizações entrevistadas possuem iniciativas de redução de emissão de gases de efeito estufa, ante 37% no ano passado.

Alguns avanços são notados, como, por exemplo, o que demonstra um maior envolvimento da alta administração das companhias com o tema. Cerca de 92% das entrevistadas indicam níveis elevados da hierarquia para cuidar de suas práticas ambientais. Nesses casos, o conselho de administração foi o órgão que mais se incumbiu da função — em especial, por meio de comitês de sustentabilidade.

Dentre as organizações analisadas, 35% oferecem planos de incentivos atrelados a bons desempenhos na gestão da redução de emissões. As principais medidas utilizadas para medir a performance nesse quesito são as alterações nos processos de eficiência energética, instalações de energia de baixo teor de carbono, mudança de comportamento de funcionários, e alterações no design dos produtos.

O número de companhias que possuem metas de redução de emissões em vigor também aumentou, de 31% para 40%. Essa evolução passa pela produção sustentável, uma vez que 73% — ante 54% em 2011 — das entrevistadas fabricam produtos que permitem a redução das emissões por terceiros.

Apesar da evolução, o estudo aponta índices baixos de conscientização da importância da sustentabilidade nos negócios. Apenas 48% das companhias disseram perceber as vantagens competitivas obtidas com as mudanças do clima.

A partir da análise dos questionários respondidos, foi elaborado um ranking com as dez companhias mais bem classificadas nos quesitos disclosure e performance. A Vale atingiu a maior pontuação no primeiro item, e a Itaúsa, no segundo. Nos últimos anos, a Itaúsa adotou medidas ambientais como inovação em produtos; construção de prédios administrativos com iluminação natural; captação de água de chuva para reúso; recuperação de calor para geração de energia; incentivo a videoconferências (evitando o deslocamento dos colaboradores); e otimização do transporte da empresa entre os funcionários.

O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa reúne empresas que aderem a práticas sustentáveis e mostra que investir em companhias com essa visão vale a pena. Desde que foi criado, em 2005, o ISE acumula valorização de 125,9%, contra 78,8% do Ibovespa. Essa performance é recente. Até 2011, o ISE apresentou um desempenho inferior aos índices mais tradicionais da Bolsa, como os de governança corporativa, indústria e telecomunicações.

O cenário é evidenciado no estudo Análise de desempenho dos investimentos sustentáveis no mercado acionário brasileiro: um estudo sobre o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), de autoria de Felipe Cunha. A pesquisa comparou o comportamento do ISE no mercado acionário de 2005 a 2010 com diversos outros índices da Bolsa. Apresentada em 2011 na PUC-Rio, a tese de mestrado foi vencedora do prêmio Itaú de Finanças Sustentáveis neste ano, na modalidade pós-graduação. A partir do estudo, Cunha confirmou a hipótese inicial de que os investimentos sustentáveis não apresentariam resultados contundentes no curto prazo, mas, sim, no longo.

De acordo com a análise, a matriz de correlação entre o retorno do ISE e do Índice de Governança Corporativa (IGC) é altíssima: de 0,96% (1% é o máximo). Isso se explica pelo fato de muitas empresas pertencerem aos dois índices. Desde o lançamento do ISE, em 2005, até 2010, o percentual de empresas do Novo Mercado presentes na carteira do índice passou de 28,6% para 44,1%. Nesse mesmo período, o percen- tual de companhias de níveis não diferenciados caiu de 28,6% para 14,7%.

Uma análise de Cunha mostra que o segmento de energia elétrica é o que historicamente mais teve representantes no ISE, seguido do setor de intermediários financeiros. O estudo constatou também uma grande semelhança na distribuição setorial do ISE e do Índice de Governança Corporativa (IGC) da Bolsa. Essa semelhança não ocorreu, por exemplo, na comparação com o Ibovespa, cuja composição tem a predominância de empresas dos setores de mineração e petróleo, gás e combustíveis. (André Rossi)


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