Uma das qualidades que os fundos de private equity mais se orgulham de ter é a habilidade de cortar custos. Quando uma empresa investida começa a ir mal das pernas, uma das primeiras providências a serem consideradas é o corte de empregados. Com a turbulência financeira global e a rápida desaceleração em seus negócios, esses fundos estão provando de seu próprio veneno.

O Blackstone Group, maior fundo de private equity do mundo, anunciou o corte de 70 postos em dezembro. A maior parte das demissões par tiu do depar tamento de gestão de recursos. A medida veio como resposta aos resultados do terceiro trimestre de 2008, que apontaram prejuízo de US$ 509 milhões. Só em investimentos de private equity as perdas somaram US$ 68,3 milhões, ante um lucro de US$ 227,3 milhões no mesmo período de 2007.

Outro peso pesado do setor, o Carlyle Group, anunciou a demissão de mais de cem funcionários — que correspondem a 10% do total da equipe, distribuída em 21 países —, além do fechamento da filial de Menlo Park, na Califórnia. Foi o primeiro caso de demissão em grande escala da Carlyle em seus 20 anos de vida.

“Estamos reduzindo nosso time para o tamanho que tínhamos em 2007. Precisamos equilibrar nossa estrutura de custos com o volume dos negócios”, disse Chris Ullman, porta-voz do Carlyle.

Outros fundos de private equity que diminuíram o tamanho de seus staffs foram o 3i (corte de 90 funcionários) e o American Capital (110 vagas eliminadas).