Escaldada pelo aumento de custos gerado pela lei Sarbanes-Oxley, de 2002, a Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) criou uma comissão de governança corporativa para tentar frear a mão pesada na reforma da regulação nos Estados Unidos. Composto de representantes dos mais variados setores do mercado de capitais norte-americano, e chefiado pelo advogado Larry Sonsini, o órgão tem como objetivo discutir e fazer recomendações à Securities and Exchange Commission (SEC) e ao Congresso sobre questões de governança. “Não queremos gerar um fardo às companhias com o excesso de regulação, que pode tornar o mercado norte-americano menos competitivo”, disse Sonsini em comunicado oficial da Bolsa.
Uma das preocupações do grupo, formado em 12 de novembro, diz respeito à instauração da lei do “say on pay”, que prevê o direito do acionista de opinar sobre a remuneração dos administradores de companhias abertas. Sonsini vê com bons olhos o debate sobre o assunto, mas faz ressalvas. “É importante que se estabeleçam parâmetros para alinhar a remuneração à performance, mas é necessário que a questão do say on pay seja mais discutida”, disse ele.
Outra questão que a comissão pretende estudar é a proposta da SEC para tornar obrigatórios os comitês de risco. “O assunto foi ingrediente fundamental da crise e deve ser discutido. Porém as novas regras não devem tornar a tomada de decisão por parte dos executivos mais difícil”, analisa o líder do grupo. “Se regularmos demais o risco, iremos estagnar o crescimento”, pondera.