O Santander inaugurou hoje a temporada de balanço dos grandes bancos com resultados abaixo do esperado. O lucro líquido ficou em R$ 2,204 bilhões no quarto trimestre de 2023 – recuo de 19,2% em relação ao trimestre anterior e alta de 30,5% ante o mesmo período de 2022. O consenso do mercado previa resultado de R$ 2,7 bilhões, segundo a Bloomberg. No ano passado, o lucro líquido ficou em R$ 9,38 bilhões – queda de 27,3% em relação a 2022.
A margem financeira bruta foi de R$ 14,05 bilhões no quarto trimestre, com alta de 4,8% na comparação trimestral. Em 2023, a cifra atingiu R$ 54.19 bilhões – 4,6% acima de 2022.
O balanço também revela que as despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) totalizaram R$ 6,84 bilhões – 21,7% acima do trimestre anterior, mas 7,2% abaixo da quantia registrada no quarto trimestre de 2022.
Desafios pela frente
Na visão da Fitch Ratings, o Santander não deve ser o único banco a enfrentar um cenário desafiador no Brasil. “Apesar dos primeiros sinais de estabilização da qualidade dos ativos dos grandes bancos brasileiros, a lucratividade enfrentará desafios contínuos de receitas no curto prazo”, diz a agência.
A análise está em relatório divulgado nesta semana sobre desempenho em 2023 e perspectiva para 2024 para quatro grandes bancos: Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e BTG Pactual. “A pressão sobre a receita de juros líquidos devido ao menor crescimento de novos empréstimos continuará a impactar as margens de juros líquidos”, analisa a agência,
O relatório também ressalta que, depois do escândalo das Americanas, as taxas de inadimplência permanecem mais sensíveis nos segmentos de varejo e pequenas e medias empresas (PME), embora ainda abaixo dos níveis históricos.
No Santander, a inadimplência do segmento PME foi de 4,0% – um aumento em relação aos 3,8% do trimestre anterior e aos 3,7% registrados no mesmo período de 2022. Para as grandes empresas, o índice ficou em 0,1%.
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Ajuda dos juros
No lado positivo, a Fitch avalia que os possíveis cortes nos juros podem oferecer vantagens às margens líquidas por conta da reposição de financiamentos. Mas ressalta que esse efeito será “moderado”, em decorrência da esperada “composição de empréstimos de menor rendimento”.
Na avaliação da agência, a redução da inflação e dos juros cortes nas taxas de juros devem colaborar com a capacidade de pagamento dos tomadores de crédito e consequentemente ajudar os bancos a gerenciar a qualidade de seus ativos.
“Esses bancos ainda podem absorver choques moderados adicionais na qualidade dos ativos, dada a robustez de sua lucratividade”, completa o relatório.
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