Um fundo de private equity focado em companhias com vocação para multinacional, que faturem entre R$ 15 milhões e R$ 150 milhões ao ano e estejam localizadas no interior dos estados de São Paulo e do Paraná. Esse é o foco do Trivèlla M3, fundo de participações que há um ano mapeia o mercado e planeja começar a investir em fevereiro. “São empresas de tecnologia aplicada, desenvolvedoras de produtos que podem concorrer globalmente, com capacidade para consolidação por meio de aquisições no exterior, mas sem acesso a capital”, afirma Jon Toscano, sócio da Trivèlla, gestora do fundo.

As candidatas ao investimento, em geral, são empresas que nasceram em torno de polos universitários, como os das cidades de São Carlos, Campinas e Londrina. Uma referência de perfil para as futuras investidas seria a Bematech, empresa de automação comercial que nasceu no Paraná em 1990 e chegou ao Novo Mercado da BM&FBovespa em 2007. Por trás do M3 que compõe a nomenclatura do fundo está Marcel Martins Malczewski, cofundador da Bematech, que recebeu aporte de um fundo da BNDESPar administrado pela Dynamo. Ele agora passa a atuar como investidor.

O Trivèlla M3 soma um patrimônio de R$ 10 milhões, que foi aportado pela Trivèlla, pela M3 e por um terceiro investidor que prefere não se identificar. Os recursos são suficientes para a compra de participação em apenas três empresas, que deverão ceder um dos assentos do conselho de administração para o fundo. Em troca, elas receberão, além do aporte financeiro, ajuda no aprimoramento da gestão e das práticas de governança corporativa e na identificação de possíveis aquisições, até mesmo no exterior. O nicho de pequenas multinacionais é considerado tão promissor pelos gestores que eles já planejam a próxima captação, ainda para este ano. Dessa vez a previsão é atingir um patrimônio de R$ 200 milhões. “Temos casos já identificados de empresas que precisariam de investimento de até R$ 30 milhões”, garante Toscano.