Como era esperado, o Fed manteve as taxas de juros básicas dos Estados Unidos no intervalo entre 5,25% e 5,5%.
A grande expectativa dos analistas era sobre indicações no comunicado que mostrassem qual é a tendência para a próxima reunião e as seguintes.
E o mercado gostou do que leu no texto divulgado pelo Comitê Federal de Mercado Aberto:.
“Condições financeiras e de crédito mais restritas para famílias e empresas provavelmente terão um impacto negativo na atividade econômica, contratação de pessoal e preços.”
“A extensão desses efeitos permanece incerta”, declarou o Fed, reiterando que “permanece altamente atento aos riscos de inflação.”
A afirmação foi lida como uma indicação de que a recente alta nos juros dos títulos de longo prazo dos Estados Unidos é vista pela Fed como um potencial freio à economia e à inflação, o que reduziria a chance de novos aumentos das taxas de juros.
As bolsas pelo mundo, inclusive no Brasil, reagiram subindo. E os rendimentos dos títulos americanos de longo prazo, cujo aumento nas taxas de juros que abalou os mercados globais nas últimas semanas, caiu.
O anúncio na manhã desta quarta-feira de que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos irá diminuir o ritmo de emissões de dívidas de longo prazo já havia sido bem recebido pelo mercado.
O Tesouro americano continuará a aumentar a emissão de notas de curto prazo no ritmo atual, mas diminuirá o ritmo de emissão de títulos com prazos de 10 e 30 anos.
As ofertas de notas de dois e cinco anos crescerão US$ 3 bilhões por mês. Haverá aumento de US$ 2 bilhões nas ofertas de notas de 10 anos e de US$ 1 bilhão nas ofertas de títulos de 30 anos.
Reunião do Copom
No Brasil, também há pouca dúvida no mercado de que o Banco Central reduzirá a Selic dos atuais 12,75% para 12,25% ao ano. Como nos Estados Unidos, a expectativa é sobre indicações sobre a tendência para as próximas reuniões.
“O mercado vai querer entender principalmente como eles (os diretores do BC) estão vendo a inflação do país e se há sinais de enfraquecimento ou não da economia”, diz Jonas , da Hike Capital, consultoria de investimentos com sede em São Paulo.
Da reunião passada para cá, as previsões de inflação para 2023 feitas pelo mercado vêm caindo semana a semana, embora o mesmo movimento não seja observado em relação a 2024.
Desde a sexta-feira da semana passada, porém, outro fator ganhou ainda mais importância no radar dos gestores e investidores: para onde vai a política fiscal depois da fala do presidente Lula admitindo um déficit primário em 2024.
“O Copom sem dúvida é importante. Mas, olhando para frente, a gente precisa entender onde está ancorada a discussão do déficit de 2024”, disse Bruno Lima, analista de equities do BTG no Morning Call, podcast do banco.
Na última ata, o Banco Central já havia chamado a atenção para a sua avaliação sobre “a importância da firme persecução dessas metas(fiscais)”, tendo em vista a importância delas para a “ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária”.
O risco fiscal também é mencionado na análise “Esquenta do Copom”, divulgada pela XP: “Os dados recentes sobre inflação e atividade continuam a sugerir espaço para flexibilização monetária, mas acreditamos que uma aceleração no ritmo de corte é cada vez menos provável, em linha com a elevação nos juros americanos e riscos fiscais persistentes no quadro doméstico”.
Por conta disso, a instituição prevê uma diminuição da taxa Selic em 0,50 ponto percentual nesta semana e uma sinalização de que o BC manterá o ritmo nas próximas reuniões. A XP projeta redução da Selic até junho de 2024, com a taxa básica chegando aos 10%.
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