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BC reduz juros para 12,25%; Fed mantém taxas, e mercado aprova
Leitura dos analistas é que chance de aumento dos juros nos EUA é menor; Copom mantém expectativa de redução nas próximas reuniões.
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Como era esperado, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros de 12,75% para 12,25% ao ano, e o Fed manteve as taxas dos Estados Unidos inalteradas, no intervalo entre 5,25% e 5,5%. 

A grande expectativa dos analistas era sobre indicações nos comunicados e na entrevista pós-reunião do Fed que mostrassem qual é a tendência para a próxima reunião e as seguintes.

No seu comunicado, o Banco Central afirma que “em seus cenários para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções”. Segundo o documento, as projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência são de 4,7% em 2023, 3,6% em 2024 e 3,2% em 2025.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, antevêem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz o texto.

Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, o tom foi positivo.

“A grande dúvida era o comunicado, se ele viria mais conservador. Para a nossa satisfação, o comitê colocou que unanimemente eles antevêem a redução de mesma magnitude.”

Já André Leite, CIO da Tag Investimentos, prefere ressaltar que o comunicado trouxe como destaque o impacto do cenário externo, sobre a política monetária dos Estados Unidos, no Brasil.

“O comunicado menciona muito o cenário externo. Quer você queira ou não, ele impõe um piso para o juro doméstico. Se o Fed deixar o juro acima de 5% durante muito tempo, você fica limitado aqui no Brasil por esse tempo também.

“Nas duas próximas reuniões, eles vão manter o ritmo de redução de 50 pontos, mas não dá para ir muito além disso. É como se a gente estivesse em uma estrada de noite, chovendo, não dá para acelerar o carro, o Banco Central tem que focar na próxima curva, não dá para ele imaginar a estrada toda porque o cenário externo é bastante desafiador e bastante incerto ainda.”

Estados Unidos

O mercado, aparentemente, também gostou do que leu no comunicado divulgado pelo Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve.

“Condições financeiras e de crédito mais restritas para famílias e empresas provavelmente terão um impacto negativo na atividade econômica, contratação de pessoal e preços.” 

“A extensão desses efeitos permanece incerta”, declarou o Fed, reiterando que “permanece altamente atento aos riscos de inflação.”

A afirmação foi lida como uma indicação de que a recente alta nos juros dos títulos de longo prazo dos Estados Unidos é vista pela Fed como um potencial freio à economia e à inflação, o que reduziria a chance de novos aumentos das taxas de juros.

“Esse aumento mais expressivo nas taxas já de certa forma é um vetor bastante importante para controlar também a inflação, porque boa parte do capital foge para a segurança dos treasuries de longo prazo, então isso reduz bastante o dinheiro que estaria ali estimulando de alguma forma a demanda e aumentando a inflação”, diz Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

“Isso reforça a expectativa, compartilhada por boa parte do mercado, de que o ciclo de alta de juros já terminou em 5,50% e não será preciso elevar para 5,75%”, diz Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Na opinião de André Leite, CIO da Tag Investimentos, a expectativa positiva em relação aos próximos passos do Fed, que já vinha de antes da reunião de hoje, melhorou depois do anúncio do plano do Tesouro para a emissão de títulos do governo de manhã.

E nem as falas mais duras do presidente Jerome Powell foram suficientes para mudar essa impressão.

“Depois das últimas declarações de diversos dirigentes do Fed, o mercado meio que tinha entendido que o Fed já tinha feito o último aumento de taxa de juros. A sensação que eu tive é que hoje, nessa entrevista, Powell tentou tirar essa impressão, tentou dizer que pode ser haja mais altas lá pra frente”, diz Leite.

Para Leite, porém, o presidente do Fed não teve sucesso em reverter a visão positiva do mercado sobre os próximos passos do Fed.

“Eu acho que a leitura [do mercado] está certa. E eu acho, realmente, que já vimos o último aumento de taxa de juros. E, na minha visão, eu acho que a gente possivelmente vai ter cortes mais cedo do que o próprio Fed espera”.

Com isso, as bolsas pelo mundo, inclusive no Brasil, reagiram subindo. E os rendimentos dos títulos americanos de longo prazo, cujo aumento nas taxas de juros que abalou os mercados globais nas últimas semanas, caiu.

Os três principais índices dos Estados Unidos subiram. O S&P 500 e o Dow Jones Industrial tiveram seu melhor desempenho em um dia de decisão do Fed desde julho de 2022. O Nasdaq Composite, desde fevereiro.

O anúncio na manhã desta quarta-feira de que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos irá diminuir o ritmo de emissões de dívidas de longo prazo já havia sido bem recebido pelo mercado.

As ofertas de notas de dois e cinco anos crescerão US$ 3 bilhões por mês. Haverá aumento de US$ 2 bilhões nas ofertas de notas de 10 anos e de US$ 1 bilhão nas ofertas de títulos de 30 anos.


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