Na contramão dos otimistas de Wall Street, o Man Group, dono do maior fundo alavancado de capital aberto do mundo, se prepara para uma derrocada nos preços dos ativos de mercados emergentes. Na visão da asset londrina, que tem 138 bilhões de dólares sob gestão, a recuperação espetacular dos ativos de risco neste ano não se justifica diante dos fundamentos econômicos. “Esperamos ver essa forte queda nos próximos dois meses”, disse, à Bloomberg, Guillermo Osses, chefe de estratégias de dívida de mercados emergentes do fundo em Nova York.
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A visão do Man Group vai de encontro à percepção mais positiva dos braços de gestão de recursos do Morgan Stanley e Goldman Sachs, por exemplo. Mas até eles admitem que o rali de preços observado entre os ativos de economias em desenvolvimento no início de 2023 os tornou mais seletivos. “Provavelmente uma boa parte do rali já ocorreu e agora muitos investidores se encontram bastante comprados em ativos de risco com valuations muito apertados. E as condições de liquidez estão mudando. É por isso que achamos que os ativos de mercados emergentes sofrerão uma queda significativa”, complementa Osses.
Na sexta-feira, dia 3, o índice MSCI de moedas de emergentes teve sua maior perda desde o início de dezembro, após dados sobre o mercado de trabalho aquecido nos EUA reforçarem a probabilidade de o Fed continuar aumentando os juros. Na renda variável, o indicador da MSCI para ações de emergentes registrou a primeira perda semanal de 2023 em meio ao colapso dos papéis do conglomerado do bilionário indiano Gautam Adani e aumento das tensões entre EUA e China.
Apesar desse cenário menos animador, Caesar Maasry, chefe de pesquisa de estratégia de ativos emergentes e diretor do Goldman Sachs, ainda espera cerca de 10% de ganhos em ações de países em desenvolvimento. No começo do ano, em meio ao entusiasmo com a reabertura da China e à esperança de diminuição do aperto monetário, o Morgan Stanley chegou a dizer que a década dos mercados emergentes havia sido inaugurada.
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